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Brasil Lula já discute o que fazer no dia da prisão: o ex-presidente avaliou a hipótese de se apresentar, evitando imagens típicas de operação policial

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Outra possibilidade é que o petista espere a chegada dos agentes policiais, também cercado por seus apoiadores. (Foto: Reprodução)

Embora o assunto esteja formalmente interditado entre petistas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já discute com aliados como proceder caso seja determinada sua prisão. Segundo interlocutores, o ex-presidente avalia a hipótese de se apresentar, evitando a produção de imagens negativas típicas de uma operação policial.

Outra possibilidade é que o petista espere a chegada dos agentes policiais, também cercado por seus apoiadores. Nesse caso, porém, Lula poderia perder o controle da situação ao ser conduzido por policiais. Petistas estão a postos para acompanhar o ex-presidente. Segundo colaboradores, só Lula poderá tomar essa decisão, que dependerá de onde estiver no dia definido para o cumprimento da sentença.

Na noite de sexta-feira, durante lançamento de um livro em São Paulo, o ex-presidente afirmou que, se mantida a condenação, será “o primeiro preso político do País no século 21”. Em discurso ao lado de aliados políticos e apoiadores no sindicato dos químicos, Lula atacou a Lava-Jato e disse que está animado, apesar de condenado pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) a 12 anos e 1 mês de prisão.

Segundo ele, o objetivo da operação é “execrar e condenar as pessoas antes do julgamento”. “Eu tenho consciência de que os que me condenaram não têm a consciência tranquila da inocência que eu tenho porque eles acham que mentiram”, afirmou, antes de criticar imprensa, Ministério Público e Justiça pelo processo do triplex em Guarujá (SP).

O evento encheu o auditório do sindicato no centro de São Paulo, onde ocorreu o lançamento do livro “A Verdade Vencerá: O Povo Sabe Por Que Me Condenam” (ed. Boitempo), em que Lula diz estar “pronto para ser preso” e afirma que não fugirá.

Caravana

Depois de percorrer Nordeste e Sudeste, Lula inicia, na manhã desta segunda-feira (19), a etapa sulista de sua caravana pelo país. Em sua quarta fase, terá a educação como tema. O roteiro, de nove dias, inclui visita ao mausoléu do presidente Getúlio Vagas (1930-1945 e 1951-1954), além de encontros com ex-presidentes sul-americanos. Já no primeiro dia, ele terá uma conversa pública com o ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica, que governou o país de 2010 a 2015.

O petista estará em Foz do Iguaçu (PR) no dia 26, mesmo dia em que o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª região), em Porto Alegre, realizará uma sessão extraordinária sobre o assunto. Cabe à corte decidir se Lula será preso ou não em segunda instância.

Além disso, a defesa do ex-presidente tem recorrido aos tribunais superiores, em Brasília, como o STJ (Superior Tribunal de Justiça) e o STF (Supremo Tribunal Federal). Um habeas corpus em favor do petista já foi negado pela Quinta Turma do STJ. Na quarta-feira (14), os advogados de Lula fizeram novo pedido ao ministro do STF Edson Fachin, relator dos processos da Lava-Jato na corte. Requereram a suspensão de uma eventual prisão do ex-presidente.

A principal aposta da defesa é conseguir reverter o atual entendimento do Supremo em favor do cumprimento de pena após condenação em segunda instância.

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