Sábado, 11 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de março de 2018
Uma reportagem publicada no Guardian está dando o que falar. Em entrevista concedida ao veículo britânico, um ex-funcionário do Facebook revelou que a companhia possui uma espécie de polícia interna secreta, cujo único objetivo é investigar — e punir — colaboradores que estejam agindo contra as suas políticas. O principal motivo para a existência de tal força-tarefa é o crescente número de empregados concedendo entrevistas a jornalistas, confessa a fonte anônima.
“É horrível o quanto eles sabem. Você entra no Facebook e a empresa tem esse sentimento caloroso de ‘estamos mudando o mundo’ e ‘nós nos importamos com as coisas’. Mas aí você descobre o seu lado ruim e, do nada, está cara a cara com a polícia secreta do Mark Zuckerberg”, comenta o entrevistado. Ele conta que foi chamado para uma reunião com o pretexto de ser promovido de cargo, mas, ao chegar lá, foi confrontado pela equipe investigativa, que possuía provas de que ele estava conversando com um repórter.
O time, chefiado pela executiva Sonya Ahuja, tinha até mesmo screenshots de bate-papos entre o funcionário e o jornalista, além de links que ele havia visitado ao longo das últimas semanas. Embora o Facebook não tenha se pronunciado publicamente a respeito do caso, um porta-voz afirmou que “empresas frequentemente usam registros corporativos em investigações do ambiente de trabalho, e nós não somos uma exceção”.
Ações
As ações do Facebook caíram forte nesta segunda-feira (19) depois que o presidente da empresa, Mark Zuckerberg, enfrentou pedidos de parlamentares dos EUA e Europa para explicar como uma consultoria que trabalhava na campanha de eleição do presidente Donald Trump teve acesso aos dados de 50 milhões de usuários do Facebook.
Os papéis do Facebook recuaram 6,77% e, segundo a Reuters, tiveram seu pior dia desde março de 2014, acumuçando perda de de 10,8% desde seu recorde de fechamento em 1º de fevereiro. A queda do Facebook pesou fortemente sobre o setor de tecnologia do S&P, que caiu 2,11%, bem como o Nasdaq, que recuou mais de 2%. Ambos os índices tiveram sua pior performance diária desde 8 de fevereiro.
No domingo (18), o Facebook informou que está investigando o vazamento de dados provocado por uma empresa britânica que trabalhou para a campanha de 2016 do presidente americano, Donald Trump. A empresa de consultoria Cambridge Analytica manipulou informação de mais de 50 milhões de usuários da rede social nos Estados Unidos.
A companhia obteve as informações em 2014 e as usou para construir uma aplicação destinada a prever as decisões dos eleitores e influenciar sobre elas, segundo revelaram neste sábado os jornais “London Observer” e “New York Times”.
Depois disso, o Facebook suspendeu a conta da Cambridge Analytica e de sua matriz, SCL (Strategic Communication Laboratories), além de informar que descobriu o vazamento de dados pela primeira vez em 2015.