Domingo, 27 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 11 de abril de 2018
A PF (Polícia Federal) informou, por meio de nota, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, réu da Operação Lava-Jato que cumpre sentença de 12 anos e um mês de prisão na sede da Superintendência do órgão no Paraná, não recebe “qualquer outro benefício que não se aplique aos demais custodiados que se encontram atualmente na unidade policial”.
A nota foi publicada em resposta a notícias de que Lula estaria recebendo tratamento privilegiado em comparação a outros presos.
Ainda segundo a PF, o regime de visitas de advogados e familiares aplicado não sofreu qualquer alteração destinada a beneficiar o ex-presidente. Além disso, acrescenta a nota, o presidente não tem contato com “nenhuma pessoa ou mesmo servidor, à exceção daqueles envolvidos na sua segurança”.
“Todos os procedimentos adotados com relação ao ex-presidente são os mesmos aplicados aos demais custodiados, salvo exceções específicas autorizadas pelo Juízo da 12ª Vara Federal de Curitiba (PR), responsável pelos procedimentos de execução penal”, acrescenta a nota. A pedido do juiz Sérgio Moro, Lula está sendo mantido em um espaço em separado, tendo à sua disposição um televisor.
Transferência
Mais cedo, também em nota enviada à imprensa, o SinDPF-PR (Sindicato dos Delegados de Polícia Federal do Estado do Paraná) informou ter enviado ofício à Superintendência do órgão no Estado, pedindo a imediata transferência de Lula da sede da PF, em razão da “invasão” da região próxima ao prédio por “centenas de pessoas ligadas a movimentos sociais e outras facções”.
A entidade argumenta que a grande movimentação no local tem provocado transtornos aos moradores da região e prejudicado atividades de trabalho dos policiais.
“Em razão da invasão da região próxima deste prédio de centenas de pessoas ligadas a movimentos sociais e outras facções, por questões de segurança, foi determinado o bloqueio de acessos e demais medidas assecuratórias, causando graves inconvenientes e atrasos nos atendimentos e ações policiais”, ressaltou o comunicado.
O SinDPF-PR acrescentou que o bloqueio de acessos está “causando graves inconvenientes e atrasos nos atendimentos e ações policiais” e que por conta disso os policiais federais envolvidos nesta operação de segurança estariam “sem poder desenvolver suas atividades policiais normalmente” e sujeitos a “transtornos e riscos à população e aos funcionários da Polícia Federal”.
A Polícia Federal informou, no entanto, que é de responsabilidade da Justiça uma eventual decisão sobre pedidos de transferência de presos que estão na unidade.
Para evitar que as manifestações ocorram na proximidade do prédio, o acesso ao local foi bloqueado para não moradores da região: “Há comprovados riscos à população que reside no entorno do prédio da PF, aos policiais federais e demais integrantes do sistema de segurança pública que moram nas imediações da sede do órgão, ao passo que alguns invasores, que já se instalaram com barracas, promovem ações para intimidar essas pessoas”.