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Por Redação O Sul | 17 de julho de 2015
Diante dos movimentos pró-impeachment que ganharam força na oposição com o agravamento da crise política no governo, a presidenta Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (17), durante reunião presidencial da cúpula do Mercosul, que “não há espaço para aventuras antidemocráticas” na América do Sul.
Segundo a presidenta, a realização periódica de eleições nos países que compõem o bloco mostram a “capacidade de lidar com diferenças políticas” por meio do diálogo.
“No ano passado, tivemos eleições no Uruguai e no Brasil. Este ano, é a vez da Argentina e da Venezuela. A realização periódica e regular desses pleitos demonstra capacidade de lidar com diferenças políticas por meio do diálogo, do respeito às instituições e da participação do cidadão”, disse Dilma.
“Temos de persistir nesse caminho, evitando atitudes que acirrem disputas e incitem a violência. Não há espaço para aventuras antidemocráticas na América do Sul, na nossa região”, completou.
ECONOMIA
Parte do discurso da presidenta foi dedicado ainda ao cenário desfavorável na economia regional. Ela reconheceu que a crise “tem se mostrado persistente”.
“A recuperação das economias mais avançadas é frágil. Chegou ao fim o superciclo das commodities. Essa situação passou a exigir politicas econômicas capazes de preservar a política dos últimos anos e retomar o crescimento”, disse.
Por isso, Dilma afirmou ser necessário fortalecer o intercâmbio comercial entre os países do bloco e a “fluidez das trocas”.
“A crise não pode ser razão para criar barreiras comerciais entre nós, pelo contrário, temos de reformar nossa integração e solidariedade”, concluiu.
Ao final de seu discurso, ela prestou homenagem ainda à colega Cristina Kircher, diante da proximidade de eleições presidenciais na Argentina.
“Você terá aqui no Brasil uma amiga sempre pronta para recebê-la e para juntas compartilharmos nossos sonhos e nossas esperanças”, afirmou com voz embargada.
Diante do atraso no cronograma de atividades, foi cancelada a declaração à imprensa, prevista para o início da tarde.
ACORDO MERCOSUL-UNIÃO EUROPEIA
Primeiro a discursar, o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, indicou certa impaciência com a demora na troca de ofertas entre Mercosul e União Europeia para o acordo de livre comércio entre os blocos.
“Ninguém ignora a complexidade das negociações, [mas] confiamos em poder cumprir com o dever assumido, no sentido de obter a conclusão das negociações e trocar as ofertas até o último trimestre de 2015”, afirmou.
Eleito no final do ano passado, Vázquez destacou que os presidentes devem atuar “sem perder de vista” que “este é o mandato que vivemos”. “Nós precisamos dele [acordo com UE], e os demais necessitam dele”, resumiu.
O presidente do Uruguai também mostrou insatisfação com o potencial já alcançado pelo Mercosul. “Se hoje [o bloco] não nos satisfaz, é porque pode e deve ser melhor. Existe um compromisso de todos os integrantes de poder melhorá-lo. (Folhapress)