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Por Redação O Sul | 1 de maio de 2018
O pré-candidato do PSL à Presidência da República, deputado federal Jair Bolsonaro (RJ), disse que abrirá mão de gastar os recursos públicos a que tem direito vindos do novo Fundo Especial de Financiamento de Campanha, criado na reforma política no ano passado. Ele afirmou que, como votou contra o chamado “fundão”, dispensará a parcela que receberia por meio do PSL para a campanha presidencial.
Bolsonaro calcula a renúncia em cerca de R$ 3 milhões. “Eu votei contra esse fundo extra, não seria justo pedir”, disse o deputado. Bolsonaro tenta convencer a bancada federal do partido a não gastar a sua parcela “por coerência”. O PSL deve receber entre R$ 9 milhões e R$ 10 milhões, segundo estimativas de parlamentares do partido.
Segundo Bolsonaro, a maioria dos oito deputados em exercício é contra o fundo e sinalizou ser favorável à iniciativa. “Da minha parte, da campanha para presidente, está decidido”, afirmou o pré-candidato. “Conversei com uns seis ou sete parlamentares, e eles são favoráveis a não usar.”
Ação
O PSL é autor de uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar suspender a lei que criou o fundo eleitoral, alegando sua inconstitucionalidade pela existência anterior do Fundo Partidário. Ainda não houve decisão. Depois, o partido consultou a Justiça Eleitoral sobre como seriam divididos os recursos, se com base na bancada existente até agosto do ano passado, quando o PSL tinha dois parlamentares apenas, ou se após a janela de migração de março, quando passou a ter oito deputados.
Apesar disso, o presidente nacional em exercício do PSL, Gustavo Bebianno, advogado de Bolsonaro, afirmou que os parlamentares deliberaram por não usar os recursos em suas campanhas eleitorais. Segundo ele, a decisão de renúncia está fechada. “O PSL foi contrário ao fundo eleitoral, mas ele foi aprovado, então foi feita essa consulta. O que está deliberado é que não vamos usar esse dinheiro. Os deputados atuais, que migraram para o partido, nenhum deles vai usar”, disse Bebianno.
Eleitorado evangélico
Bolsonaro tem intensificado a sua aproximação com o eleitorado evangélico. Ele tenta “afagar” esse segmento, com o qual diz manter interlocução. “Gozo da simpatia deles”, disse em recente entrevista à imprensa.
Na semana passada, ele marcou presença em dois encontros com evangélicos em Brasília e no domingo esteve em Balneário Camboriú (SC) para o encerramento do 36º Congresso Internacional de Missões dos Gideões da Última Hora, grupo formado por diferentes denominações pentecostais.
O parlamentar estava acompanhado da mulher, Michelle, fiel da Igreja Batista Atitude, do Rio de Janeiro, e que o estimula a participar dos cultos. Ele atendeu a um convite feito por pastores durante visita ao gabinete de Bolsonaro na Câmara dos Deputados.
Religião
Bolsonaro é católico de formação. No Legislativo, adota um discurso conservador e é defensor de bandeiras simpáticas aos evangélicos, como a proibição ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, à legalização do aborto e à descriminalização de drogas. Ele se diz a favor “da família e dos costumes”, ao mesmo tempo em que afirma que todo cidadão deveria andar armado.