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Por Redação O Sul | 1 de maio de 2018
O porta-voz do Corpo de Bombeiros, capitão Marcos Palumbo, afirmou que a corporação vai levar 48 horas para começar a mexer na estrutura do edifício que desabou em incêndio na madrugada desta terça-feira (1º) no Centro de São Paulo. Os trabalhos no local devem durar uma semana.
Segundo Palumbo, durante as buscas por possíveis feridos e na retirada de escombros nas primeiras 48 horas, o uso de equipamentos como retroescavadeiras só será feito na área do entorno da edificação. Na área que envolve a estrutura do prédio, serão feitos, inicialmente, somente trabalhos manuais para garantir a segurança dos bombeiros e de possíveis feridos.
“Em 48 horas, não vamos mexer na parte estrutural, só limpeza no entorno do local. É necessário fazer esse tipo de atuação, porque se não fizer, uma retroescavadeira pode bater lá dentro e afetar as estruturas”, disse Palumbo.
Nesta primeira fase, o trabalho dos Bombeiros vai se concentrar na refrigeração da estrutura que caiu. Após 48 horas, vão começar a mexer nos escombros com o maquinário, mesmo assim, de forma delicada para não afetar possíveis sobreviventes. Enquanto isso, as buscas serão feitas com cães farejadores e sensores de calor.
O capitão Palumbo informou não ter ainda o número exato de vítimas desaparecidas, mas que se trabalha no momento com uma única pessoa que está sendo buscada. Trata-se de um homem que estava sendo resgatado por bombeiros no momento do desabamento do prédio. Também não há informação sobre possíveis mortos.
“É um prazo estabelecido até por órgãos internacionais, para que a gente não mexa lá dentro pela possibilidade de vítima. A gente não pode tirar os escombros de forma aleatória.”
“O próprio concreto está muito quente. A edificação está em movimentação… Se removo parte de concreto, de tijolo, tem risco de partes superiores desabarem em cima dos bombeiros”, completou.
Pessoas no prédio
Segundo Palumbo, os bombeiros têm informações sobre 372 pessoas de 146 famílias que estavam dentro do edifício. “Existem 43 pessoas que não estavam nessa contagem. Agora, não quer dizer que essas 43 pessoas estavam lá dentro”, explicou o porta-voz.
MP investiga
Após o desabamento, o Ministério Público de São Paulo reabriu a investigação sobre as condições estruturais do prédio. A promotoria de Habitação e Urbanismo havia pedido, em 16 de março deste ano, o arquivamento do inquérito após a Defesa Civil ter feito uma vistoria no prédio de 24 andares e afirmar que não havia risco estrutural na edificação.
O arquivamento havia sido pedido pelo promotor Marcus Vinicius Monteiro dos Santos. No documento, ele mencionava que “não foram constatadas anomalias que implicassem riscos naquela edificação, embora a instalação elétrica estivesse em desacordo com as normas aplicáveis, assim como o sistema de combate a incêndio”.