Domingo, 19 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de maio de 2018
O ataque à caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em março, no interior do Paraná, foi intencional, afirmou na quarta-feira (02) a Polícia Civil em nota assinada pelo delegado responsável pelas investigações, Helder Andrade Lauria. “De acordo com investigações realizadas até o momento, pode-se afirmar que o disparo que atingiu o ônibus em questão foi intencional. Ou seja, a pessoa que disparou teve a intenção de atingi-lo.”
Segundo o laudo pericial divulgado em abril, um dos três ônibus da comitiva do petista, que está preso, foi alvo de dois disparos na lataria na estrada entre Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul. Ninguém ficou ferido.
Nas investigações preliminares, peritos declararam que foram feitos dois disparos de armas calibre 32 de uma área alta, provavelmente um barranco, porque foram efetuados a 4,30 metros de altura, acima do ônibus.
Segundo Lauria, a Delegacia de Laranjeiras do Sul continua investigando o caso. De acordo com ele, ainda não se sabe a identidade do autor dos disparos e nem o que teria motivado o atentado. O delegado disse ainda que não poderia divulgar mais “detalhes” para não atrapalhar o “andamento da investigação”.
Perícia
De acordo com o perito criminal Inajar Kurowski, não foram encontrados vestígios de chumbo nos outros dois ônibus da comitiva do ex-presidente. O fragmento de um dos projéteis foi encontrado na lataria de um dos ônibus. “Um dos projéteis encontrados pertence à família 32, possivelmente uma arma ultrapassada, fora de linha. Essa foi uma das conclusões”, analisou o perito.
As perfurações foram constatadas na lataria e em um dos vidros. Segundo o perito, esse ônibus ainda teve um pneu perfurado por um “miguelito” – pontas de aço colocadas na estrada. O laudo não conclui se os ônibus estavam ou não em movimento no momento dos tiros, mas contatou que as perfurações eram recentes. “Os disparos foram feitos a partir de uma altura maior que o ônibus, mas não dá para precisar se de um barranco ou algo similar”, disse Kurowski.
Jungmann
No próprio dia da ocorrência, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, classificou como “inaceitável” o ataque a tiros à caravana do ex-presidente Lula. “É absolutamente inaceitável que aconteça, parta de quem partir. Isso não é convivência democrática. Isso não pode acontecer, e se acontecer é preciso identificar os responsáveis porque não pode se repetir dentro do regime democrático”, disse o ministro.
Pena
A defesa de Lula ingressou na Justiça com um novo recurso para que o líder petista possa recorrer em liberdade da condenação em segunda instância no processo do triplex em Guarujá, no âmbito da Operação Lava-Jato. Ele está preso desde o dia 7 na carceragem da PF em Curitiba.
O político foi sentenciado pelo juiz federal Sérgio Moro e, em janeiro, teve a sua pena ampliada pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) para 12 anos e um mês de prisão em regime fechado, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.