Quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de maio de 2018
O Vaticano emitiu nova diretriz em que aconselha freiras de clausura a não exagerarem no uso das redes sociais. O documento ressalta que a recomendação é para evitar que “barulhos, notícias e palavras” interfiram em seus mundos que deveriam ser contemplativos e silenciosos. O escritório do Vaticano para vida religiosa afirmou ainda que enquanto elas estiverem autorizadas a usar o Facebook, o Twitter e a ler notícias online, devem fazê-lo “com descrição e sobriedade”.
O documento emitido pelo Vaticano também traz a orientação de que as religiosas devem prestar bastante atenção aos conteúdos online e ao “tipo e quantidade de informações” que consomem na rede. As orientações vêm três semanas após um grupo de freiras na Espanha publicar um texto de protesto no Facebook. A publicação é um tipo de resposta à absolvição de cinco homens acusados de estuprarem uma adolescente durante um festival em 2016.
Com palavras de apoio às mulheres, elas escreveram, em 26 de abril: “Nós vivemos em clausura, usamos um hábito religioso que vai até quase os nossos tornozelos, não saímos à noite (a não ser que seja para uma emergência médica), não vamos à festas, não consumimos álcool e fizemos um voto de castidade. (Para nós) É uma opção que não nos torna melhores ou piores que ninguém, mesmo se, paradoxalmente, nos torne mais livres e felizes. E, por ser uma escolha LIVRE, defendemos com todos os sentidos disponíveis para nós (esse é um deles) o direito de todas as mulheres dizerem não livremente, sem serem julgadas, estupradas, intimidadas, assassinadas ou humilhadas por isso. Irmã, eu acredito em você”. A publicação recebeu 14 mil curtidas e foi compartilhada mais de 15 mil vezes.
Fake news
O papa Francisco condenou o “mal” das fake news (noticias falsas), frisando que jornalistas, assim como os usuários de redes sociais, devem evitar e desmascarar as “táticas de cobra” manipuladoras que, segundo o Pontífice, fomentam a desunião para servir interesses políticos e econômicos.
Ele pediu que os profissionais da imprensa voltem a sua atenção para a busca da verdade em sua missão. Francisco destacou que, de acordo com a Bíblia, a primeira notícia falsa remonta ao início dos tempos, quando Eva foi tentada a comer uma maçã no Jardim do Éden com informações enganosas dadas por uma cobra.
“A estratégia desse inteligente ‘pai da mentira’ é a mímesis, uma sedução traiçoeira e perigosa que se abre no coração do homem com argumentos falsos e atraentes”, disse Francisco. Depois da recente viagem à América do Sul, o papa transmitiu sua mensagem anual para a jornada mundial de comunicação, que discutiu as fake news sob o tema do “jornalismo para a paz”.
“Nós precisamos desmascarar o que pode ser chamado de ‘táticas de cobra’ usadas por aqueles (produtores das fake news) que usam disfarces para atacar a qualquer hora e local”, disse.
O documento, denominado “A verdade vai te libertar – fake news e o jornalismo da paz” foi divulgado para o Dia Mundial das Comunicações Sociais da Igreja Católica, em 13 de maio. Ele foi produzido meses após um debate sobre o quanto as fake news podem ter influenciado a campanha presidencial dos Estados Unidos em 2016 e a eleição do presidente Donald Trump.