Quinta-feira, 28 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 27 de maio de 2018
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Faltando pouco mais de 100 dias para as eleições, a previsão em Brasília era de que toda a atenção ficasse voltada à Copa do Mundo. Depois, o recesso parlamentar e o início formal da campanha.
A greve dos caminhoneiros muda a rota.
Não dá mais para fugir
Para evitar uma crise institucional, governo e Congresso terão de ir, sem demagogia, à origem dos problemas. O gasto público muito além da arrecadação, o acúmulo das dívidas da União, dos Estados e dos Municípios, ultrapassando 4 trilhões de reais, mais o pagamento de juros. Sucessivos governos arrastaram com a barriga possíveis soluções. Agora, as saídas ficam bem mais difíceis.
O país está à beira do abismo e só a elite, que habita o poder, não viu.
Nas alturas
O Jurômetro chegará amanhã a 150 bilhões de reais. Valor pago desde 1º de janeiro deste ano pelo governo federal para rolar sua dívida. É mais do que o dobro da receita anual do governo do Rio Grande do Sul.
Vira um mercadinho
Não se pode conceber que a Câmara, com representantes de 28 partidos, multiplique esse número por três, em função dos interesses particulares de muitos dos 513 deputados federais. A quota de oportunistas quer puxar a corda para seu lado e o Executivo aceita sem denunciar ou se impor.
Falta de diálogo
O principal problema, tanto na Câmara como no Senado, é o ângulo estreito com que veem os problemas. Uma das incapacidades de lideranças é assumir o debate sem ranços quando tratam de assuntos controversos.
Medo
A maioria dos parlamentares governistas não quer correr o risco de derrota nas votações, achando que provocará desprestígio político e eleitoral. Acaba cada um cuidando da própria panela e o interesse público fica para outra hora.
Orientadores
Não dá para desprezar a hipótese de que partidos extremistas estejam infiltrados no movimento de paralisação, sob a condição de que sejam mantidos na sombra.
Entendeu a emergência
O Sindicato das Distribuidoras de Combustíveis do Rio Grande do Sul abandona a tática do quanto pior, melhor. Ontem, deu exemplo de bom senso: entregou ofício solicitando apoio da Polícia Rodoviária Federal e da Brigada Militar para fazer a entrega de gasolina e óleo diesel.
Vai haver fila
Procons começarão a receber amanhã reclamações contra postos que morderam o bolso. Prática Abusiva é prevista no Código de Proteção e Defesa do Consumidor que trata da elevação de preços de produtos e serviços sem justa causa.
Merece cadeia
Em alguns bairros de Porto Alegre, a gasolina vem sendo vendida em garrafas de plástico a 11 reais o litro. Precinho de liquidação…
Semelhança
A Broadway, em Nova Iorque, tem 40 teatros com 500 poltronas cada um. Seu lema é o show não pode parar.
Ontem, a revista IstoÉ publicou revelações do ex-ministro Antônio Palocci, feitas em sua delação premiada. A nova bomba atinge os ex-presidentes Lula e Dilma, além de Gleisi Hoffmann. Ele revela em detalhes a trilha do dinheiro da propina até os petistas.
No Brasil, a política virou show que também não pode parar.
Sem retoques
O jornal O Estado de São Paulo, com a credibilidade de quem está há 143 anos na estrada, resume as causas de forma objetiva: “Porque os caminhoneiros fizeram chantagem com o país; porque o governo foi incompetente ao demorar para agir; porque o Congresso optou pelo oportunismo eleitoral; porque o Brasil é dependente das rodovias e dos caminhões; porque os governadores foram omissos.”
Esperança que se esvaiu
Partidos políticos trocaram de nome para apagar o passado. Acabaram se tornando mais desconhecidos.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.