Quarta-feira, 05 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de maio de 2018
Pedindo a volta da ditadura militar no Brasil, a saída do presidente Michel Temer e a queda do preço dos combustíveis, cerca de mil manifestantes ocuparam a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, no final da tarde dessa segunda-feira.
O grupo desceu para o gramado em frente ao Congresso Nacional, depois passou pelo Palácio do Planalto e seguiu para o Ministério da Defesa, onde cantou o Hino Nacional. Já um outro grupo, menor e não favorável ao retorno das Forças Armadas ao poder, permaneceu na praça dos Três Poderes.
Com faixas de “Generais do exército, queremos vocês no poder!” e “Caminhoneiros, estamos com vocês!”, eles sopraram vuvuzelas e agitaram bandeiras em verde-e-amarelo, aos gritos de “Vem pra rua!”, “Intervenção já” e “Queremos os militares governando o Brasil”. Também foram disparados fogos-de-artifício.
Nem todos os gritos pediam a volta da ditadura militar, embora esse mote tenha marcado o tom geral da manifestação. Nascido em atos públicos de movimentos de esquerda, o grito de “Fora, Temer!” também se fez presente. Além dele, ouvia-se o slogan “Amanhã vai ser maior” – popularizado nas manifestações de junho de 2013.
Entre os intervencionistas, também não faltaram camisetas com a foto do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ). As camisas da Seleção Brasileira também eram abundantes, além de roupas camufladas em estilo militar.
Diferentemente dos protestos que pediram a queda da então presidenta Dilma Rousseff em 2016, a manifestação dessa segunda-feira não tiveram uma liderança específica, segundo a PM (Polícia Militar).
O clima também foi de hostilidade à imprensa. Alémn de palavras-de-ordem contra a Rede Globo, alguns manifestantes se dirigiram a pessoas que filmavam o ato dizendo “Fora daqui, ‘fake news’!”. Em seguida, o protesto seguiu pelo Eixo Monumental em direção à Rodoviária de Brasília.
Motociclistas
Já no início da noite, foi a vez de aproximadamente 30 motociclistas se reunirem em frente ao Planalto. O mote principal, no entanto, não era a volta dos militares ao poder, nem a derrubada do chefe do Executivo – embora alguns mencionassem essa ideia. Em vez disso, eles reclamavam contra a alta dos combustíveis.
Além das tradicionais frases-de-efeito, a presença do grupo foi marcada por um “buzinaço” em frente ao prédio onde o presidente da República costuma despachar. Eles também “roncaram” os motores das motos, para fazer barulho.
“Motoboys unidos!!! Contra o aumento dos combustíveis… não merecemos!”, dizia a faixa carregada por alguns dos envolvidos no protesto. Inicialmente rodando em círculos com as suas motocicletas em frente ao Planalto, em determinado momento os manifestantes pararam os veículos lado a lado.
Eles então retiraram os capacetes e começaram a cantar o Hino Nacional em frente à rampa do prédio. O Comando Militar do Planalto acompanhou o ato, sem que houvessem confrontos.