Terça-feira, 19 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 30 de maio de 2018
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O Senado aprovou ontem o projeto que elimina a cobrança de PIS/Cofins sobre o óleo diesel até o fim deste ano. Ótimo. A proposta foi incluída num texto que tramitava no Congresso Nacional e prevê a reoneração da folha de pagamento de 28 setores da economia. Péssimo.
Atualmente, 56 setores têm direito à desoneração, estabelecida durante o governo Dilma Rousseff para preservar empregos. Agora, voltarão a contribuir para o INSS sobre a folha de pagamento, com alíquota de 20 por cento.
Numa época de crise, não é difícil imaginar o que acontecerá com muitos empregos. Quanto a possíveis cortes nas despesas exageradas do Senado, em torno de 5 bilhões de reais por ano, nenhum movimento de lábios.
Desconhece a penúria
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirma que os governos estaduais podem promover reduções no ICMS do óleo diesel. Desconhece que Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro estão há um ano e meio sob regime de calamidade financeira. Os demais andam por perto. Como, então, abrir mão de receita?
Subindo
O placar eletrônico Impostômetro atingirá 900 bilhões de reais amanhã. É a soma das arrecadações dos governos federal, estadual e municipal desde 1º de janeiro deste ano. Valor insuficiente para fazer retornar aos contribuintes os serviços que o poder público promete.
Mesmo sendo cobrado, nenhum candidato à Presidência da República se animou a dizer qual a receita necessária para cumprir o que o governo deve à população.
Por mares tempestuosos
A Petrobras anda de mal a pior. O pagamento de 10 bilhões de reais a um grupo de investidores dos Estados Unidos terá impacto no resultado do balanço. O valor equivale ao dobro do lucro acumulado pela empresa nos três primeiros trimestres do ano passado. Também representa 65 por cento de tudo o que arrecadou até o momento na segunda fase de seu plano de venda de ativos.
Na corda-bamba
Uma parte da cúpula nacional do PT, liderada pelo senador Lindberg Farias, considera possível o apoio a Ciro Gomes. Durante encontros do partido em vários Estados, toda a vez que um orador cita o candidato do PDT, surgem vaias. Falta conferir o eco no Rio Grande do Sul.
Com água no queixo
O secretário da Fazenda, Leonardo Busatto, foi ontem à Câmara Municipal para falar mais uma vez sobre as dificuldades da prefeitura. Disse que, em uma semana, a greve dos caminheiros provocou a redução de 50 milhões de reais na receita de impostos em Porto Alegre.
Hoje pela manhã, o prefeito Nelson Marchezan volta ao Palácio Aloísio Filho para encorpar o choro.
Febre passa logo
Com a chegada das campanhas eleitorais, os cargos em comissão entram na alça de mira. A maioria dos candidatos ataca o que considera excessos e promete passar a tesoura. O levantamento mais recente do Tribunal de Contas da União se refere a 2016, mostrando que a administração pública federal, incluindo Executivo, Legislativo e Judiciário, gastou 3 bilhões e 470 milhões de reais por mês com funcionários em cargos de confiança e comissionados. O valor representava 35 por cento de toda a folha de pagamento, que é de 9 bilhões e 600 milhões mensais. Sabemos, porém, como é: passadas as eleições, esquecem as críticas.
Evitar guerras custa caro
O Brasil contribui com a caixinha. Entre 2016 e o ano passado, a ONU manteve 16 operações de manutenção de paz, mobilizando 115 mil militares policiais ou civis. Custo de tudo: 7 bilhões e 800 milhões de reais. Os resultados são duvidosos.
Opções
O dramaturgo e ensaísta Ariano Suassuna deixou um ensinamento que se enquadra em momentos de crise: “O otimista é um tolo. O pessimista, um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso”.
Fora de órbita
A lentidão do governo federal para reagir confirma o ditado: não existe controle do que não se tem conhecimento.
Fotografia
Ao longo das ruas de Porto Alegre, as filas da humilhação.
Coquetel da greve
Nas salas de espera de gabinetes do Palácio do Planalto é servido o drinque amargo que mistura pulverização de líderes, radicalização, politização e críticas de aliados.
Mais um
Surge um novo tipo nos postos: gasolina aditivada com força policial.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.