Domingo, 12 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de junho de 2018
As eleições deste ano serão as mais “complexas e indecifráveis”. Um documento lançado em maio por lideranças do PSDB, DEM, MDB e PTB efoi intitulado de manifesto em defesa da união das forças políticas de centro.
“À direita, se esboça o surgimento inédito de um movimento com claras inspirações antidemocráticas. À esquerda, um visão anacrônica alimenta utopias regressivas de um socialismo autoritário”, diz o documento que é assinado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), pelo chanceler Aloysio Nunes (PSDB), pelo senador Cristovam Buarque (PPS) e por Marcus Pestana, secretário-geral do PSDB.
Apesar de se tratarem de termos constantemente citados em notícias sobre as eleições 2018, comentários e nas redes sociais, os conceitos de “direita”, “esquerda” e “centro” na política não são necessariamente conhecidos por todos os eleitores.
Para compreender melhor o que eles significam, cientistas políticos como Claudio Couto, professor e coordenador do Mestrado Profissional em Gestão e Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo explica o significado. “Essas distinções remontam à Revolução Francesa, quando, na Assembleia Nacional, os que defendiam as mudanças e o fim das desigualdades entre nobres e plebeus sentavam à esquerda do presidente da Assembleia, e os que defendiam a manutenção das coisas como estavam e, consequentemente, a monarquia e a ordem estabelecida – que era de desigualdade entre estamentos – sentavam à direita. Daí surgiu essa terminologia, com a esquerda significando a defesa da igualdade e das ações necessárias para buscá-la, e a direita se opondo a isso”, disse.
“Claro que a noção de esquerda e direita varia historicamente: na origem opunha liberais a conservadores ou reacionários; depois passou a opor socialistas a liberais e conservadores; depois, comunistas, socialistas e socialdemocratas a liberais, conservadores e fascistas, e assim por diante”, conclui.
Quem é de centro se situa a meio caminho entre essas posições, podendo também ser decentro-direita ou centro-esquerda, assim como há os de extrema-direita ou extrema-esquerda, ou os simplesmente de direita e esquerda.
Para Leonardo Avritzer,professor titular da Universidade Federal de Minas Gerais, “na política, você pode dizer que a esquerda está mais preocupada com alguns valores morais, especialmente ligados à proteção social, e tem menos problemas com um papel ativo do Estado do que a direita”.
A direita, por outro lado, é mais conservadora em questões morais como, por exemplo, pena de morte, redução da maioridade penal. Estas questões são pautas da direita. Ao mesmo tempo, ela tem uma preocupação maior com o tipo de papel que o Estado pode ter na política.
O centro, na verdade, quando fazemos pesquisas, o que a gente tenta é perguntar para uma série de pessoas como elas se identificam e classifica numa tabela de um a dez. Quem fica no meio dessa classificação é de centro. Uma pessoa que a princípio é a favor da proteção social, mas menos a favor de um papel ativo do Estado, por exemplo.