Domingo, 12 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de julho de 2018
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Em evento promovido ontem pela Confederação Nacional da Indústria, em Brasília, seis candidatos à Presidência concordaram num ponto: a necessidade da reforma da Previdência Social. Álvaro Dias, Ciro Gomes, Geraldo Alckmin, Henrique Meirelles, Jair Bolsonaro e Marina Silva conhecem os números e sabem que o rombo nas contas das pensões e das aposentadorias é insustentável.
Números claros
O déficit recorde de 268 bilhões e 800 milhões de reais da Previdência Social, no ano passado, reduziu a capacidade do governo de investir onde era preciso. A situação caótica se deve em grande parte à queda na arrecadação do INSS, consequência da crise econômica e do desemprego. Em 1988, quando a Constituição foi aprovada, a despesa da Previdência correspondia a 2,5 por cento do Produto Interno Bruto. Em 2016, aumentou para 8 por cento.
Desinteresse
No governo Fernando Henrique Cardoso, foi estabelecida a necessidade de criação de um fundo de reserva da Previdência para atender benefícios futuros, como prevê a Constituição. A emenda 20, de 1998, passou a integrar o artigo 250. Jamais teve regulamentação.
Território tumultuado
Conflitos entre ministros do Supremo Tribunal Federal são cada vez mais frequentes. A presidente Cármen Lúcia, cuja principal característica é a moderação, não tem conseguido conter o clima exaltado. Quando José Dias Toffoli sucedê-la em setembro, a combustão aumentará.
Governistas enfraquecidos
Não houve acordo na reunião dos 16 líderes partidários, ontem, na Câmara Municipal, para inversão da pauta. O Executivo queria que fossem votados em primeiro lugar os projetos que reduzem benefícios dos funcionários públicos. Acreditava que facilitaria o encaminhamento do aumento do IPTU.
Na próxima semana, vão se realizar as duas últimas sessões plenárias antes do recesso e a chance de o placar eletrônico se movimentar é reduzida.
Sem pressa
Na sessão plenária de ontem na Câmara, houve longa discussão e votação apenas de emendas ao projeto de lei do Executivo que cria o Comitê Gestor de Parcerias Público-Privadas em Porto Alegre.
Preço brutal
À medida em que vão surgindo novos indicadores de queda na produção com prejuízos ao país, mais se evidenciam os erros de Pedro Parente, ex-presidente da Petrobras. Por enquanto, é o candidato mais forte ao Troféu Equivocado do Ano.
Era assinar e levar
“Diversos governos de países em desenvolvimento utilizaram em demasia o endividamento externo para impulsionar suas atividades extraorçamentárias. A absorção desses recursos deu-se através do segmento empresarial do governo, que inchou demasiadamente.” É o trecho de relatório do Banco Mundial redigido em 1988. Passados 30 anos, dá para entender o motivo pelo qual as estatais brasileiras ajudaram a elevar a dívida pública a números inimagináveis.
Longe do alvo
A 5 de julho de 1988, o presidente da Câmara Deputados, Ulysses Guimarães, recebeu o texto da Constituinte que iria para votação em 2º turno. Declarou que “esta não será uma Constituição para consulta de burocratas, mas uma Constituição com cheiro de povo, uma Constituição andarilha, que irá para periferia, para o caminho dos miseráveis.” Em outubro, vai completar 30 anos, sem que o objetivo de Ulysses tenha se concretizado. Demasiadamente extensa, atendeu mais a interesses corporativos do que da população.
Surpreende
Líderes de esquerda que ocuparam o poder em países da América Latina se apressaram em cumprimentar Andrés Manuel López Obrador, presidente eleito do México. Ele também é esquerdista, mas sua primeira ligação foi para Donald Trump, expondo a principal meta: reduzir a migração de mexicanos para os Estados Unidos. Boa iniciativa se não for uma encenação.
Evidência
O pensamento político tornou-se tosco e simplório pelo ideologismo. Apesar de tudo, há desejo intenso dos brasileiros de recuperar a esperança.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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