Quinta-feira, 13 de março de 2025
Por Redação O Sul | 29 de julho de 2018
Preso em Curitiba, o ex-presidente Lula foi o principal nome da convenção do PT em São Paulo que oficializou a candidatura de Luiz Marinho ao governo do Estado. Na ocasião também foram apresentados os candidatos do partido ao Senado, Eduardo Suplicy e Jilmar Tatto.
Lula foi mais citado e louvado que qualquer outro político presente no evento. Em todos os cartazes e discursos havia referências ao ex-presidente, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro. Militantes reafirmaram que Lula e um preso político, condenado injustamente, e confirmaram a intenção do partido de lançá-lo como candidato à Presidência.
No início da convenção, Ana Estela Haddad, mulher do ex-prefeito Fernando Haddad, leu uma carta enviada por Lula para a cerimônia em apoio aos candidatos de São Paulo.
“Eu queria neste momento olhar nos olhos de cada um de vocês, queria abraçar esses três guerreiros do povo paulista e brasileiro”, afirmou o ex-presidente, referindo-se a Marinho, Suplicy e Tatto.
“Aqueles que ajudaram a chocar o ovo do pato amarelo, os que traíram o voto de 54 milhões de brasileiros”, escreveu Lula, “não são dignos, não nos representam e não conseguiram nos derrotar”.
A mensagem foi concluída sob fortes aplausos dos militantes.
Coordenador do programa do PT à Presidência, Haddad iniciou sua fala homenageando Lula. “Ele está com a mesma energia de sempre, ou ainda mais. Tem consciência histórica de por que está num cubículo de 15 m quadrados.”
Depois, dirigindo se a Marinho, Haddad fez críticas a João Doria, candidato do PSDB que lidera a disputa pelo governo de São Paulo. Doria venceu Haddad em 2016 na corrida pela prefeitura de São Paulo.
“Marinho, você vai ter uma missão, meu querido. Derrotar o Doria e tirar o PSDB do governo”, falou Haddad. Os tucanos estão no comando do estado desde 1995.
Após mais de duas horas de cerimônia e manifestações de inúmeros líderes sindicais e representantes de movimentos, Marinho iniciou seu discurso com seguidos gritos de Lula livre e pedindo palmas para as crianças.
Marinho afirmou que o principal objetivo de sua candidatura é levar a candidatura de Lula a todos os lares de São Paulo.
“Vamos ganhar os corações e as mentes dos paulistas. Quero ser governador para ajudar Lula a governar o Brasil, para o Brasil ser feliz de novo.”
O petista diz que pretende trazer bem-estar e qualidade de vida aos paulistas, algo que o PSDB, avalia, não fez nas últimas décadas. “Os tucanos não gostam de pobre, só da elite.”
Marinho prometeu fazer da educação de São Paulo um exemplo para o mundo, através da reestruturação das escolas e da valorização de professores.
“Em quatro anos, vamos dobrar o piso dos professores, escrevam aí.”
Ao final do discurso, conclamou os militantes a saírem da convenção com sangue nos olhos e alegria no coração. “Vamos vencer os tucanos, os de plumas originais ou disfarçadas.”
Lançou então críticas aos adversários. Referiu-se ao governador Márcio França (PSB) como um tucano de plumagem rosa, “também responsável pela herança maldita do PSDB”.
Paulo Skaf (MDB) é “o homem do pato, que fez o país inteiro de pato”.
A Doria chamou de “mentiroso, homem sem palavra, pinóquio”. “Não vamos deixar que repita as mentiras que usou na campanha de 2016. É um produto de marketing.”