Quinta-feira, 24 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 30 de julho de 2018
Henrique Meirelles, pré-candidato à Presidência pelo MDB, tem sido alvo de críticas do senador Renan Calheiros (MDB-AL). No fim de semana, Calheiros distribuiu aos mais de 400 convencionais do partido um vídeo contra Meirelles.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o vídeo pede aos colegas de partido que “votem não à candidatura do banqueiro Meirelles” na convenção do MDB, que está prevista para a quinta-feira (02). “Não vamos permitir que um aventureiro recém-chegado imponha um cabresto à nossa legenda”, diz a contra-campanha feita por Calheiros.
Campanha
O presidente do MDB, Romero Jucá (RR), disse que a campanha de Henrique Meirelles ao Palácio do Planalto vai olhar para o futuro, e não pelo retrovisor. Às vésperas da convenção que oficializará a candidatura de Meirelles nas eleições 2018, a cúpula do MDB e o governo decidiram adotar nova estratégia. A ordem, agora, é descolar o ex-ministro da Fazenda da impopularidade do presidente Michel Temer, na tentativa de fazer com que ele saia do 1% de intenção de voto.
“Vamos mostrar que Meirelles não é o resultado do governo Temer. Quem inventou o Meirelles na área econômica não foi o Temer. Foi o Lula”, afirmou Jucá, líder do governo no Senado, ao lembrar que o ex-ministro comandou o Banco Central na gestão do petista. Meirelles é definido pelo senador como “um outsider na política, um radical de centro”.
Quanto à campanha de Meirelles, se o objetivo é se descolar da impopularidade de Temer, não citando o presidente, Jucá diz que a carta fala das realizações do governo, e que Temer não é candidato. “O candidato é Meirelles. Estamos fazendo uma transição e não negamos o governo. Mas Michel será julgado pela história, não na eleição”, desconversou.
O político também classificou Meirelles como “radical de centro”. “Tem posição firme, sabe o que fala. É o único candidato que não precisa recorrer a ex-ministro da Fazenda para dar credibilidade ao governo”, disse Jucá.
Centrão e Alckmin
Segundo o presidente do MDB, a posição do Centrão era esperada. “Estavam oscilando entre Ciro Gomes (PDT) e Geraldo. A solução Ciro seria antinatural por tudo o que o Centrão representa. Temos condições de disputar a eleição sozinhos, apesar de ainda estarmos conversando com alguns partidos. Se tempo de TV fosse tudo, descartaríamos as chances da Marina (Silva, Rede) e do (Jair) Bolsonaro (PSL), que lideram pesquisas”, afirmou.
Calheiros e o PT
O senador Renan Calheiros defende aliança do MDB com o PT e está pedindo votos contra Meirelles na convenção. Diz que a candidatura envergonha o partido. Sobre como conter a resistência, Jucá respondeu: “O MDB é o maior partido do Brasil e seria uma covardia ficar fora dessa eleição. Vergonha seria se esconder.” Segundo o presidente do partido disse que os membros do MDB vão escolher “se querem sentar no colo do PT, como pregam Renan e uns poucos”, ou se querem ter independência e candidatura própria.