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Colunistas Pesquisas eleitorais

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Pesquisas apontaram resultados diferentes dos verificados nas urnas. (Foto: EBC)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Começou a infatigável (e intragável) dança das pesquisas eleitorais. Não sei se existe algum país como o Brasil em que elas causem tal rebuliço, em que dediquem a elas tantas páginas de leitura e análise, onde elas são vistas com tanta importância no embate eleitoral.

As pesquisas deste ano têm um aspecto singular. O PT “registrou” a candidatura de Lula no Tribunal Superior Eleitoral. Mas até os paralelepípedos da rua sabem que ele não poderá ser candidato, condenado que foi em segunda instância por crime de corrupção e lavagem de dinheiro. Lula, todos sabem, cumpre pena na cadeia como criminoso comum – e não como preso político, como querem seus seguidores amestrados.

Nunca é demais lembrar que foi ele mesmo, Lula, quem sancionou a Lei da Ficha Limpa, a mesma que agora o impede de ser candidato. E o fez com pompa e circunstância, gabando-se do seu compromisso de combater sem trégua os corruptos em geral. Na época, ainda havia gente que acreditava na esparrela. Mas a vida reserva surpresas até mesmo para demiurgos como Lula. Nunca lhe passou pela cabeça que a lei o pegaria na curva da estrada.

O fato é que os institutos, fazendo jogo de cena, insultando a inteligência do distinto público, forçando a mão e a barra, vão às ruas para tomar a temperatura dos eleitores com o nome de Lula, como se tudo estivesse na mais perfeita ordem.

E não bastasse isso, a cada pesquisa, mesmo estando Lula preso em Curitiba, aumenta o contingente de eleitores que votam nele. No andar da carruagem e no ritmo galopante do crescimento nas pesquisas, periga um presidiário vencer já no primeiro turno da eleição presidencial.

Os institutos, todavia, com certa prudência, fazem a concessão de promover as suas investigações sem Lula, isto é, com ele fora da disputa. Bem, ao menos assim e de alguma maneira a pesquisa de torna mais condizente com a realidade que pretende retratar.

Cada rodada de pesquisa rende uma semana de palpites, análises e considerações periféricas, as quais em nada servem ao eleitor, porque nada esclarecem sobre os candidatos, o que fizeram ou deixaram de fazer, o que eles se propõem fazer para dar uma solução razoável aos problemas que nos afligem.

Alguns, lendo as pesquisas, até fazem um esforço genuíno para entender o que está em curso e andamento. Outros, fazem uma leitura dos números e percentuais, apenas para o fim específico de confirmar as suas simpatias e preferências.

Os jornais, as tevês, os especialistas de sempre, se desdobram em raciocínios cheios de contorcionismos, de tal sorte que, se lhes dermos ouvidos, tudo pode acontecer. No meio de tantos palpites e palpiteiros, alguém vai acertar na mosca. Mas a maioria vai errar e feio, como aliás, têm errado religiosamente os próprios institutos: abertas as urnas os resultados são contraditórios, não fecham entre si, exibem diferenças abissais.

Dar muita atenção e importância às pesquisas agora (quando ainda nem começou a propaganda de massa que é o horário eleitoral) é um exercício de diletantismo, um empenho fútil, um passatempo para desocupados. Não é coisa para ser levada a sério.

titoguarniere@terra.com.br

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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