Quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de maio de 2015
Sob protestos de manifestantes na galeria, bate-boca de parlamentares e chuva de dólares falsos, o governo Dilma Rousseff conseguiu nesta quarta-feira (6) uma apertada, mas importante vitória na Câmara dos Deputados ao aprovar o texto principal da MP (Medida Provisória) 665, que restringe o acesso ao seguro-desemprego e ao abono salarial.
O PT se viu pressionado pelo Planalto e pelo PMDB, que ameaçou não aprovar a medida se o principal partido do governo não se comprometesse com o apoio. Para convencer os deputados da base, emissários do Planalto avisaram que uma nova configuração do governo – incluindo o primeiro escalão – dependeria da atuação de cada partido na votação.
Segundo relatos de peemedebistas, o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), afirmou, em reunião com a bancada do partido, que o Planalto estava aguardando a votação da medida para iniciar mudanças na disposição de cargos do governo. A primeira alteração citada como exemplo por Guimarães, de acordo com deputados do PMDB, seria no Ministério do Trabalho, atualmente ocupado pelo PDT com o ministro Manoel Dias, que decidiu fechar posição contrária à MP. No momento em que foi encaminhar o voto contrário do PDT, o líder do partido, André Figueiredo (CE), rechaçou as ameaças: “O PDT não se rende! O PDT não se vende por cargos. Se for para entregar cargos nos ministérios, entregaremos de bom grado”.
Manifestação.
A sessão foi marcada por vários momentos de tensão. Sindicalistas da Força Sindical que acompanhavam a votação da MP jogaram no plenário dezenas de papéis que imitam cédulas de dólar e gritaram palavras de ordem contra o PT. Diante do tumulto, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), determinou que os seguranças retirassem os manifestantes do local e suspendeu a sessão por alguns minutos.
Os papéis jogados pelos sindicalistas trazem imagens da presidenta Dilma, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, preso na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Em cada cédula, há a foto de um dos três políticos, com a palavra “PETRO DÓLAR”.
Entre as palavras de ordem gritadas pelos sindicalistas estava: “Fora, PT” e “trabalhador unido jamais será vencido”. Após a retirada, por seguranças, dos manifestantes do plenário, Cunha retomou a sessão de votação da medida provisória. Pouco depois, porém, dois deputados iniciaram uma discussão e tiveram que ser apartados. A sessão teve, então, que ser novamente suspensa e foi retomada depois de cerca de dois minutos.