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Brasil Na festa de posse como novo presidente do Supremo, o ministro Dias Toffoli pegou o microfone e cantou versos da música “Tempo Perdido”, da banda Legião Urbana

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Toffoli afirmou que o Judiciário deve ser "socialmente responsável". (Foto: STF/Divulgação)

Acompanhado de banda e coro dos convidados, o novo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, cantou a canção “Tempo Perdido”, da banda Legião Urbana, na madrugada desta sexta-feira (14), durante a festa em comemoração à sua posse.

Toffoli pegou o microfone por volta das 2h10min para cantar versos como “temos nosso próprio tempo” na Hípica Hall, em Brasília. Mais cedo, o ministro havia ganhado do seu colega do STF Alexandre de Moraes, no palco, uma camiseta do Palmeiras.

O ministro Luiz Fux, novo vice-presidente da Corte, também subiu no palco e, ao lado de Moraes e Toffoli, anunciou que desta vez não iria tocar guitarra, como fez quando assumiu uma cadeira no Supremo. Arrancou risos da plateia, formada majoritariamente por ministros de tribunais superiores, procuradores e advogados.

Em seguida, começou o show do cantor Leo Jaime, que fez o público dançar ao som de hits dos anos 80. O evento foi organizado pela AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), que cobrou dos participantes uma taxa de adesão de R$ 250.

Compareceram à festa os ministros do STF Ricardo Lewandowski, Luís Roberto Barroso, Moraes, Fux e Toffoli, o presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), João Otávio de Noronha, e outros juízes, entre eles Rogério Favreto — que, em julho, mandou soltar o ex-presidente Lula durante um plantão no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).

Políticos como o senador José Serra (PSDB-SP), o ex-ministro Luiz Eduardo Cardozo e o presidenciável Henrique Meirelles (MDB) também foram à celebração. Marcaram presença ministros aposentados do Supremo, como Joaquim Barbosa, Ayres Britto e Nelson Jobim, o ex-procurador-geral Roberto Gurgel e advogados de investigados na Operação Lava-Jato, como Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, Pierpaolo Bottini e Ticiano Figueiredo.

Toffoli percorreu o salão da Hípica fazendo fotos com os convidados. O ministro assumiu a presidência do STF em solenidade realizada na quinta-feira (13), nove anos após ter sido nomeado pelo ex-presidente Lula. Em seu discurso de posse, Toffoli destacou a necessidade de diálogo, respeito às diferenças e harmonia entre os Poderes.

Discurso de posse

Ao defender o diálogo, o novo presidente do STF defendeu a ética “intersubjetiva”, que “se preocupa com o próximo, mesmo que ele pense, aja e viva diferentemente de nós”. Falou ainda em “afetividade, sensibilidade, empatia, gentileza e cordialidade com o próximo” porque, quando a política falha, disse, resta “a autoridade da Constituição e do Direito”.

Para Toffoli, é preciso “conectar cada vez mais com o outro” e “viralizar a ideia do mais profundo respeito ao outro, da pluralidade e da convivência harmoniosa de diferentes opiniões, identidades, formas de viver e conviver uns com os outros”.

Segurança jurídica

No discurso, o ministro também defendeu a segurança jurídica. Para isso, afirmou, o Judiciário deve ser “socialmente responsável” e agir com “eficiência, transparência e responsabilidade”. Citando Cazuza, disse que o Judiciário precisa solucionar conflitos em “tempo tolerável”.

“É dever do Judiciário pacificar os conflitos em tempo socialmente tolerável. Porque o tempo, ‘o tempo não para’, já dizia Cazuza. É a hora e a vez da cultura da pacificação, da harmonização social, do estímulo às soluções consensuais, à mediação e à conciliação. Hora de valorizar entendimento e diálogo. Modernização, dinamismo e interatividade”, afirmou.

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