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Brasil Generais aliados de Bolsonaro criticaram a fala de seu vice sobre o direito dos trabalhadores ao décimo-terceiro salário e ao adicional de férias

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Palestra no interior gaúcho foi o estopim da polêmica. (Foto: Reprodução)

A crítica do general Antônio Hamilton Mourão (PRTB) ao décimo-terceiro salário foi classificada como “horrível”, “desnecessária” e “desastrosa” por colegas de farda e de patente no Exército que são entusiastas da candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República. Oficiais da ativa e da reserva passaram o dia discutindo a necessidade de Mourão, vice na chapa, afastar-se da campanha ou até mesmo ser substituído – o que já não é possível pela legislação eleitoral.

A reação na caserna dá a dimensão do efeito causado pela fala de Mourão. Generais que estão na ativa e na reserva, e que têm algum envolvimento com a campanha, com o presidenciável ou com o vice, entendem que a reação de Bolsonaro foi acertada, uma vez que o vice está “atrapalhando” a candidatura, na visão desses generais.

Minutos depois de o vídeo com a palestra de Mourão ganhar uma repercussão estrondosa na imprensa e nas redes sociais, Bolsonaro escreveu em sua conta no Twitter que criticar o 13º salário, “além de uma ofensa a quem trabalha, confessa desconhecer a Constituição”. O embate direto entre presidenciável e vice ocorre a dez dias do primeiro turno da eleição.

Para colegas de farda de Mourão, Bolsonaro poderia ter sido ainda mais duro na resposta. O presidenciável conversou por Whatsapp com alguns deles. Nas conversas, manifestou estar chateado com a situação e disse que “essa é a resposta que poderia ser dada agora”.

Nessas mesmas conversas, segundo generais ouvidos pela imprensa “em off”, Bolsonaro chegou a consultá-los se algo mais poderia ser feito para contornar o efeito da declaração de Mourão. Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT) já exploram a fala do vice em que critica o décimo-terceiro salário e o adicional de férias.

Mourão encontrou um relativo respaldo no grupo montado em Brasília para dar suporte à candidatura de Bolsonaro. O grupo é formado por generais da reserva e por especialistas em diferentes áreas. Segundo integrantes desse grupo, o vice não defendeu o fim do décimo-terceiro e do adicional de férias, e conhece bem, sim, a Constituição.

A reprimenda pública de Bolsonaro, sem conversar antes com Mourão e minutos depois do início da repercussão da fala, causou desconforto no grupo de apoio à candidatura, especialmente a parte em que o presidenciável fala que “criticar o décimo-terceiro salário confessa desconhecer a Constituição”. Mesmo assim, integrantes do grupo defendem o gesto de Bolsonaro, por entenderem que ele é o “dono da campanha”.

Origem da polêmica

Mourão chamou o décimo-terceiro e o adicional de férias de “jabuticabas brasileiras” e defendeu uma mudança nas regras do setor, por meio da “implementação séria da reforma trabalhista”. A manifestação ocorreu na quarta-feira, em uma palestra de menos de 30 minutos na CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de Uruguaiana (RS).

O general da reserva afirmou aos lojistas que o décimo-terceiro salário é uma “mochila nas costas de todo empresário”. Segundo ele, é preciso implementar uma reforma tributária e uma reforma trabalhista.

 

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— Atrelado à reforma tributária a implementação séria da reforma trabalhista. Sabemos perfeitamente o custo que tem o trabalhador, essa questão do imposto sindical, etc e tal, em cima da atividade produtiva. E temos algumas “jabuticabas” que a gente sabe que é uma mochila nas costas de todo empresário. “Jabuticabas” brasileiras. O 13º salário. Se a gente arrecada 12 como é que a gente paga 13? É complicado. E é o único lugar onde a pessoa entra em férias e ganha mais, aqui no Brasil. São coisas nossas. É sempre aquela visão dita social, mas com chapéu dos outros — disse o vice de Bolsonaro.

Mourão ganhou protagonismo na campanha desde o afastamento de Bolsonaro das ruas, após o atentado sofrido em Juiz de Fora (MG). O vice vem colecionando uma lista de afirmações tidas como preconceituosas, racistas ou, como no caso da palestra em Uruguaiana, com críticas a direitos trabalhistas historicamente garantidos na legislação. O vice afirmou que Bolsonaro vai fazer um ajuste fiscal, e que “mente” quem diz que “serão anos maravilhosos no começo”:

— Como Jair Bolsonaro pretende encarar essa questão? Temos de ter disciplina fiscal, aquela disciplina que a gente tem dentro da casa da gente. Terá de ser produzido um ajuste fiscal. Se não for produzido um ajuste fiscal, o governo vai fechar. Isso vai importar em sacrifício de toda ordem. Quem diz que serão anos maravilhosos no começo está mentindo descaradamente.

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Mourão citou o teto de gastos implementado pelo presidente Michel Temer:

— O governo Temer passou aquela emenda do teto de gastos. (…) A vida real tem despesas de serviço, benefícios sociais, as próprias pessoas que se aposentam. Se nada for feito até 2022, o governo fecha. Qualquer governo tem de encarar essa questão de uma forma muito rigorosa. Senão chegaremos ao centésimo ano da nossa independência como um não país.

Depois da repercussão do caso, o vice de Bolsonaro divulgou uma nota em que diz que sua fala foi descontextualizada. Ele defendeu na nota que o 13º salário continue sendo pago.

 

Leia mais: https://oglobo.globo.com/brasil/generais-aliados-de-bolsonaro-criticam-fala-de-mourao-sobre-13-salario-ferias-23108015#ixzz5SM5eWVzs
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