Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 30 de outubro de 2018
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, planeja assinar uma ordem executiva que retiraria o direito à cidadania de filhos de imigrantes nascidos nos Estados Unidos. “Somos o único país no mundo onde uma pessoa chega e tem um bebê, e o bebê é essencialmente um cidadão dos Estados Unidos por 85 anos, com todos esses benefícios. É ridículo, é ridículo. E precisa acabar”, disse Trump.
As declarações foram dadas pelo republicano em entrevista ao programa “Axios na HBO”, um documentário em quatro partes que estreia na emissora no domingo (04). Seria o movimento mais dramático do presidente em sua campanha anti-imigração, agora tendo como alvo os chamados bebês-âncora.
Também promete inaugurar uma batalha judicial porque não está claro se ele teria poderes para fazer isso por meio de uma ordem executiva. “Sempre me disseram que você precisaria de uma emenda constitucional. Adivinha? Não precisa”, afirmou o presidente, antes de acrescentar que ele poderia fazer isso por uma ordem executiva.
Ao ser informado de que isso era discutível, Trump respondeu que seria possível pôr fim ao direito à cidadania dos filhos de não americanos nascidos nos EUA por meio de um ato no Congresso. “Mas agora eles estão dizendo que eu posso fazer isso com uma ordem executiva.”
O anúncio ocorre em meio à chegada de caravanas de imigrantes na fronteira dos EUA com o México, vindos de países da América Central. Para conter a chegada desses imigrantes, Trump autorizou o envio de 5.200 soldados à fronteira.
No domingo (28), um grupo com mais de 300 salvadorenhos se reuniu e deixou a capital de El Salvador. Um segundo grupo se movimenta pela Guatemala e chegou a reunir mais de mil pessoas, antes de se fragmentar. Um grupo maior, estimado em 7.000 pessoas, deixou Honduras em 13 de outubro e está no Sul do México.
China
Trump disse acreditar que haverá um grande acordo comercial com a China, mas alertou que tem bilhões de dólares em novas tarifas prontas para entrarem em vigor se um acordo não for possível. “Acho que faremos um grande acordo com a China e ele tem que ser ótimo, porque eles sugaram nosso país”, disse Trump ao The Ingraham Angle, da Fox News Channel, na segunda-feira (29).
Trump afirmou na entrevista que gostaria de fazer um acordo agora, mas que a China não está pronta.A Bloomberg informou na segunda-feira que Washington está se preparando para anunciar tarifas sobre todas as importações chinesas remanescentes no início de dezembro, caso as negociações no próximo mês entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping não consigam amenizar a guerra comercial. A expectativa é que Trump e Xi participem da cúpula do G20 do próximo mês em Buenos Aires, onde podem se encontrar.