Segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de novembro de 2018
O governo decidiu comprar novos carros que serão usados para a escolta do presidente eleito Jair Bolsonaro no próximo ano. A licitação foi lançada na semana passada pelo GSI (Gabinete de Segurança Institucional), que pretende gastar até R$ 5,5 milhões para aquisição de 30 veículos, sendo que 12 devem ser blindados. Os carros servirão também para a escolta do vice-presidente, general Hamilton Mourão.
No edital de licitação o GSI explica que todos os carros devem ser do mesmo modelo e da cor preta. “A cápsula Presidencial (ou Vice-Presidencial) constitui-se de um conjunto de 5 (cinco) veículos de representação, devendo obrigatoriamente ser de mesma marca, modelo e cor do veículo presidencial. Tal imposição, por aspectos de segurança, visa não demonstrar a presença exata da autoridade nos deslocamentos com o uso de veículo diferenciado. Portanto, os veículos de representação, que atendem às autoridades não se resumem somente ao veículo ocupado pelos mesmos”, diz o edital.
Na especificação técnica, o GSI estabeleceu preço máximo de R$ 235,3 mil para cada uma das 12 unidades blindadas e R$ 153,3 mil para as sem blindagem. A proteção contra disparos de arma de fogo segue o padrão do mercado brasileiro, indicando a classe III-A. Segundo indicações técnicas, essa blindagem consegue suportar disparos de armas de fogo como pistolas 9mm ou submetralhadoras e revólveres calibre .44.
O chamado pregão eletrônico será realizado na próxima semana, no dia 21. Nessa data, as empresas interessadas têm que entrar no sistema de compra do governo e apresentar suas propostas. Um leiloeiro abre prazo para redução dos preços e, ao final, define quem será o fornecedor do governo. No edital, são apresentados como referências os seguintes modelos: Ford Fusion, Honda Accord, Toyota Camry e Hyndai Azera.
A renovação da frota de carros para escolta presidencial vinha sendo cogitada antes das eleições. Em junho, o GSI consultou o Ministério do Planejamento sobre autonomia do Gabinete para aquisição de veículos destinados exclusivamente a presidente e vice-presidente da República. O edital para compra foi publicado no dia 7 de novembro.
Segurança mais severa
O atual ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen, encomendou à sua equipe um estudo para reforçar a segurança de Jair Bolsonaro e sua família a partir da posse do novo presidente, em 1.º de janeiro. O motivo do pedido, além do atentado sofrido na campanha, são as frequentes ameaças identificadas pela inteligência do governo.
Etchegoyen não fala em números ou estratégias por questões de segurança, mas já avisou que “obviamente” haverá um rigor muito maior no controle a tudo que tem a ver com o presidente eleito. “O esquema que está sendo preparado para receber um presidente que já sofreu um atentado será muito diferente e muito mais severo do que qualquer outro titular do Planalto já viu ou teve”, afirmou o general ao jornal O Estado de S. Paulo.
Bolsonaro teve sua segurança reforçada pela Polícia Federal durante a campanha, após ser vítima de uma facada no dia 6 de setembro, em Juiz de Fora (MG). Segundo informações da área de inteligência, as ameaças continuaram mesmo após a eleição. “O GSI não comenta detalhes de sua responsabilidade com a segurança presidencial, mas confirma que existem ameaças que efetivamente preocupam”, disse o ministro.