Terça-feira, 01 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 26 de novembro de 2018
O Ministério da Saúde quer deslocar profissionais que já atuam no programa Mais Médicos para cobrir vagas atualmente ocupadas por cubanos. A estratégia, apresentada nesta segunda-feira (26) pelo ministro Gilberto Occhi, será colocada em prática caso haja dificuldade de preencher postos, sobretudo em regiões mais afastadas e em cidades que contam com um número muito reduzido de profissionais. A estimativa é que 600 cidades poderiam ficar sem nenhum profissional caso as vagas ocupadas por médicos cubanos não sejam preenchidas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Edital aberto semana passada para repor 8.517 postos no Mais Médicos teve uma adesão maciça de brasileiros: 21.407 já foram efetivados e 8.278 escolheram os postos de trabalho. Com isso, 97,2% das vagas já foram preenchidas. Ainda de acordo com o ministério, 224 médicos já se apresentaram para o trabalho.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, embora a adesão tenha sido bastante significativa, secretários de saúde temem que médicos brasileiros não compareçam ao local de trabalho ou que desistam em pouco tempo da atuação. O ministério, por sua vez, também prepara um plano B, caso esse cenário se concretize. “São hipóteses que somente vamos trabalhar depois do dia 7”, disse o ministro da Saúde, numa referência ao último dia de inscrição do edital.
Terminado o prazo, se necessário, serão publicados novos editais. A preferência, na próxima rodada, será dada ainda para profissionais brasileiros, disse o ministro.
Neste edital, 9.327 pessoas se inscreveram mas não tiveram seus dados efetivados. O número é maior do que os profissionais que tiveram dados validados. O ministro, no entanto, avaliou esses números com naturalidade e atribuiu a inconsistências no preenchimento de nomes ou outras informações.
Occhi também desconversou sobre as investigações realizadas sobre a suspeita de invasão no sistema de inscrição, ocorrida depois do grande número de acessos, logo nas primeiras horas da inscrição. Por causa da instabilidade no sistema, o prazo para inscrição de brasileiros foi ampliado e o edital para médicos estrangeiros, adiado de forma indefinida. “Houve uma tentativa, mas ela não se concretizou”, disse.
O ministro afirmou que profissionais que já se inscreveram no edital do Mais Médicos e escolheram o local para atuação já podem se apresentar para o trabalho. Mesmo na hipótese de ali ainda estar atuando algum profissional recrutado pela cooperação com a Organização Pan-Americana de Saúde e governo cubano. Semana passada, Cuba rompeu o acordo, numa reação às declarações feitas pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro ao programa e a intenção de reformular seus termos.