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Por Redação O Sul | 28 de novembro de 2018
O comércio internacional, as mudanças climáticas e o futuro do trabalho são as prioridades do Brasil durante as negociações da Cúpula do G20, que vai reunir os líderes das 20 maiores economias do mundo a partir desta sexta-feira (30) em Buenos Aires, na Argentina.
O presidente Michel Temer desembarca no país vizinho com uma comitiva de ministros e chegou a convidar o presidente eleito Jair Bolsonaro para acompanhá-lo. O diretor do Departamento de Assuntos Financeiros e Serviços do Ministério das Relações Exteriores, ministro Luiz Cesar Gasser, destacou a importância dos temas escolhidos pelo Brasil. “Comércio internacional é um tema que preocupa o governo brasileiro. É de extrema relevância”, disse.
Umas das preocupações é em relação à OMC (Organização Mundial do Comércio). Desde o ano passado, os Estados Unidos têm resistido em liberar a nomeação de novos juízes para o Órgão de Apelação da OMC, composto por sete membros. Atualmente, o tribunal tem apenas quatro juízes, o que acarreta atrasos na análise de disputas comerciais entre os países.
Há cerca de um mês o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, alertou para os riscos de paralisação do mecanismo de solução de controvérsias do organismo multilateral. O Brasil foi um dos 12 países convidados pelo Canadá para discutir o futuro da organização.
Segundo o Itamaraty, o G20 tem importância central para o Brasil por se tratar de um foro de governança global que reúne as principais economias do mundo, em formato flexível, que facilita o debate e a formação de consensos, o que se torna especialmente relevante no momento atual em que o multilateralismo é questionado.
Política internacional
Os principais nomes da política internacional estarão em Buenos Aires para o evento, que termina no sábado (1º). Entre eles, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o da China, Xi Jinping, que travam tensas negociações econômicas e têm embates contínuos.
Na área comercial, norte-americanos e chineses travam uma guerra desde julho, após a imposição mútua de sobretaxas bilionárias. Iniciada por Donald Trump, a imposição de tarifas a produtos chineses atingiu em cheio as exportações comandadas por Xi Jinping.
Já no campo da diplomacia, às vésperas da Cúpula do G20, a organização não-governamental Human Rights Watch pediu à Justiça Argentina para investigar o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, que estará em Buenos Aires, sobre possíveis crimes contra a humanidade no Iêmen, além do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi.
A cúpula do G20 também colocará lado a lado líderes que enfrentam questões migratórias. Desde outubro, milhares de migrantes centro-americanos seguem em caravanas a pé rumo aos Estados Unidos, que determinaram uma série de medidas para impedir a entrada deles no país, a partir da fronteira com o México. Além de Trump, o presidente do México, Enrique Peña Nieto, também estará na Argentina.