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Armando Burd Provocação

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Grupo dos que possuem fortuna elevada subiu para 185,5 mil pessoas no País, um avanço de 8% em relação a 2017. (Foto: Agência Brasil)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Desde que assumiu o Ministério da Justiça, a 31 de maio de 2017, Torquatro Jardim tem sido extremamente reservado, com poucas aparições e declarações. Entrevistado pela “Folha de S. Paulo” nesta semana, declarou que Sérgio Moro deixará de ser um técnico para se tornar um político.

Há considerações a fazer: 1ª) ninguém abre mão do conhecimento técnico acumulado ao longo de anos de estudos. Sobretudo um magistrado de condução corajosa; 2ª) a conceituação de político, feita por Jardim, é preconceituosa.

Necessário distinguir

A função de um ministro abrange a política para definir, conduzir e melhorar as relações da sociedade. Não dá para generalizar, entendendo que as atividades no setor público envolvam, obrigatoriamente, falcatruas, engodos, trampolinagem e corrupção. Claro que a maior parcela tem responsabilidade, seriedade e honestidade. É um erro generalizar. Existe a política voltada exclusivamente ao interesse público. Em breve, Jardim, na condição de ex-ministro, reconhecerá o acréscimo que Moro, como técnico, trará à política.

Sem chance

Não há ministro na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal com vocação para dar tiro no pé. Mesmo que Gilmar Mendes tenha pedido vista do processo, a tese do PT para livrar o ex-presidente Lula da prisão não se sustenta. A maioria não admitirá que o ex-juiz Sérgio Moro agiu com parcialidade e motivação política.

Busca de livre trânsito

A visita de Eduardo Leite à bancada estadual do PT, ontem, demonstra o rompimento do bunker em que governadores anteriores transformaram o Palácio Piratini. Mesmo que obtenha respostas negativas, não se constrange em falar com a oposição.

Vai piorando

A sensação de quem examina o orçamento estadual é esta: o abismo visto do fundo.

Muito chique

Ana Paula Vescovi, secretária-executiva do Ministério da Fazenda e que defende a privatização do Banrisul, almoçou ontem com a direção da Federação Brasileira de Bancos. Não falaram sobre amenidades. Local: Hotel Four Seasons, em São Paulo. A recomendação do maitre era a combinação de lagostins com lardo di Colonata, purê de couve-flor coroado por farinha de pistache e tucupi.

Muitos se afogarão

Com as primeiras movimentações dos partidos para escolha do presidente, a Câmara dos Deputados vira cenário de pororocas, gigantescas ondas que se formam em desembocaduras e baías pouco profundas.

Esbanjando dinheiro

Os Fundos Partidário e Eleitoral chegarão ao final do ano somando 3 bilhões de reais. Os beneficiados ainda acham pouco. A prestação de contas costuma ser substituída pela narrativa de um conto de fadas.

Sob efeito das urnas

O PPS prepara convenção nacional para janeiro. Quer até mudar de nome, com a adesão dos movimentos Agora, Livres e Acredite. O evento já ganhou nome: “O que Sobrou da Luta”.

Ficam fora

Como touros furiosos nas ruas de Pamplona, pequenos partidos que apoiaram Jair Bolsonaro rondam o Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília, sede do governo de transição. Não levaram e nem levarão o que querem.

Guia para os dias de hoje

O jornalista gaúcho Manoelito de Ornellas, que viveu de 1903 a 1969, escreveu em uma de suas crônicas o roteiro para os governos em formação: “Que bom se voltássemos aos tempos em que a lealdade era uma condição da própria existência. Em que a palavra empenhada dispensava a estampilha. Em que não se difamava a vida alheia… E que havia uma vontade férrea de manter o nosso Estado e o Brasil acima e à parte da decomposição moral em que o mundo naufraga e que ameaça nos contaminar”.

Governos ignoraram o estouro

A 5 de dezembro de 1998, a Assembleia Legislativa começou a debater em plenário o orçamento do Estado para o ano seguinte. O rombo previsto era de 850 milhões de reais. Em 2019, ficará em torno de 7 bilhões e 400 milhões de reais. Durante 20 anos, foi aumentando e pouco fizeram para sustar a crise, que hoje chega ao limite máximo.

Desafio

Está aberta em Brasília a bolsa de apostas: ficará com o bolão quem acertar o número de novas gestões que se manterão distantes do caciquismo e do compadrio.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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https://www.osul.com.br/provocacao/ Provocação 2018-12-05
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