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Brasil Quase um terço do preço dos produtos da cesta de Natal é de impostos

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Essa é a média dos impostos que incidem sobre os produtos geralmente consumidos nesta época. (Foto: Pixabay)

O governo dá uma mordida de mais de 29% nos produtos da cesta de Natal, mostrou um levantamento do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação) feito a pedido da ACSP (Associação Comercial de São Paulo). Essa é a média dos impostos que incidem sobre os produtos geralmente consumidos nesta época. A ACSP ressalta que mesmo os que têm a menor tributação ficam acima dos 29%. É o caso do tender, dos frios e do peru (os três com 29,32%).

O campeão de taxação é o vinho importado, sobre o qual incide um total de 69,73% em tributos. Fugir para o vinho nacional na tentativa de escapar dos impostos altos até significa uma alíquota menor, mas, ainda assim, bastante alta. Sobre a versão brasileira da bebida incidem taxas de 54,73%.

“Há uma taxação maior (sobre o vinho importado) devido à incidência do imposto de importação, e há também o impacto da alta do dólar”, analisa Alencar Burti, presidente da ACSP e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), em nota publicada no site da ACSP.

Quem não abre mão de um espumante no Natal ou na hora da virada também estará pagando uma alta conta de impostos. O estudo mostrou que este tipo de bebida sofre uma mordida de 59,49%. Já a cerveja do churrasco é tributada em 55,60%.

As menores taxações, que variam de 36% a 29%, estão nos alimentos tradicionais da cesta natalina: azeitonas (36,5%); castanhas, frutas cristalizadas e nozes (36,45%); panetone (34,63%); peru, frios e tender (29,32%). Isso tem um motivo, explica Burti: “Os alimentos não têm incidência do IPI, ao contrário das bebidas”, ressalta.

Impostômetro

Os brasileiros já pagaram R$ 2,3 trilhões em impostos este ano. O valor foi atingido na noite de quarta-feira (19), segundo o “Impostômetro” da Associação Comercial de São Paulo. É a primeira vez que o “Impostômetro”, instalado em 2005, atinge a marca. O valor corresponde ao total arrecadado por União, Estados e municípios na forma de impostos, taxas e contribuições.

Até o final do ano, a estimativa é que a arrecadação total chegue a R$ 2,388 trilhões – um aumento nominal de 8,98% em relação a 2017, quando o total arrecadado ficou em R$ 2,172 trilhões. Descontada a inflação, a alta foi de 5,55%.

Segundo Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo, o recorde reflete o impacto positivo da recuperação da atividade econômica sobre a arrecadação e o aumento dos royalties do petróleo, assim como a elevação dos preços de combustíveis e da energia elétrica.

“A carga tributária suportada no Brasil, tanto por pessoas físicas como por empresas, é bastante superior à de países com o mesmo nível de renda por habitante, aproximando-se àquela paga por contribuintes das nações mais bem desenvolvidas”, afirmou.

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