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Por Redação O Sul | 26 de dezembro de 2018
A confiança do comércio brasileiro cresceu em dezembro e atingiu o maior nível em mais de cinco anos, informou a FGV (Fundação Getulio Vargas) nesta quarta-feira (26). O ICOM (Índice de Confiança do Comércio) subiu 5,7 pontos, ao passar de 99,4 para 105,1 pontos, o maior valor desde abril de 2013 (105,6). Em médias móveis trimestrais, o indicador avançou 5,5 pontos, na terceira alta consecutiva.
“A confiança do comércio encerra 2019 com alta expressiva no quarto trimestre. É a primeira vez desde março de 2014 que o índice ultrapassa os 100 pontos, limite que identifica a transição para níveis elevados de confiança”, destacou Rodolpho Tobler, Coordenador da Sondagem do Comércio da FGV.
“Depois de passar por períodos turbulentos ao longo do ano, como a greve dos caminhoneiros e o período eleitoral, os comerciantes esperam aumento de vendas neste final de ano e têm boas expectativas para o começo de 2019. A sustentação dessa recuperação dependerá da continuidade da melhoria do mercado de trabalho e da redução da incerteza”, acrescentou.
Segundo o levantamento da FGV, houve aumento da confiança em 11 dos 13 segmentos do comércio, influenciada pela melhora tanto da percepção dos empresários com relação à situação atual quanto das expectativas em relação aos próximos meses.
O ISA (Índice de Situação Atual) subiu 4,1 pontos, para 97,4 pontos, na terceira alta seguida, registrando o maior valor desde abril de 2014 (99,8 pontos). Já o IE (Índice de Expectativas) também registrou o terceiro resultado positivo consecutivo, ao subir 7 pontos e atingir 112,5 pontos, o maior valor desde fevereiro de 2011 (115,9 pontos).
Confiança da construção
O resultado do comércio acompanha a confiança da construção, que terminou 2018 no seu maior nível em quatro anos. O ICST (Índice de Confiança da Construção) subiu 0,8 ponto e foi a 85,5 pontos em dezembro na comparação com o mês anterior, o maior patamar desde dezembro de 2014.
Diversos indicadores têm mostrado uma melhora na confiança de consumidores e empresários. A confiança do consumidor brasileiro encerrou o ano no maior nível desde abril de 2014, segundo mostrou levantamento divulgado pela FGV na semana passada.
“A percepção empresarial dominante foi de melhora no ambiente de negócios da construção ao longo de 2018. No entanto, esse movimento não vai se traduzir em um resultado positivo para o PIB do setor. A esperada recuperação foi adiada mais um ano. No ano da “despiora” da construção, o indicador de confiança continua abaixo do patamar do final de 2014, o primeiro ano da crise”, observou Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV/IBRE.
O Nuci (Nível de Utilização da Capacidade) do setor avançou 1,9 ponto percentual, para 66,6%. Os indicadores desagregados dos Nucis para Mão de Obra e Máquinas e Equipamentos também tiveram variações positivas: 2 e 1,2 pontos percentuais, respectivamente.