Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de janeiro de 2019
O brasileiro está otimista em relação ao governo de Jair Bolsonaro (PSL), que tomou posse como o 42º presidente da República do País nesta terça-feira (1º), mas o índice registrado pelo Datafolha é o menor entre os eleitos para seu primeiro mandato desde 1989.
Segundo o instituto, 65% acham que o governo Bolsonaro, o terceiro militar eleito diretamente na história da República, será ótimo ou bom – percentual maior que seu índice de vitória no segundo turno (55% dos votos válidos). Para 17% dos entrevistados, ele será regular e, para 12%, o capitão reformado fará uma gestão ruim ou péssima. Não souberam opinar 6%.
O levantamento foi feito com 2.077 entrevistados em 130 cidades, em 18 e 19 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais. Em 1990, o primeiro presidente eleito após a redemocratização, Fernando Collor de Mello (PRN), assumiu com uma expectativa positiva de 71% dos entrevistados. Ele acabou sofrendo impeachment sob acusação de corrupção dois anos depois.
Em sua primeira eleição, tiveram índices superiores aos de Bolsonaro Fernando Henrique Cardoso (PSDB, com 70% de otimismo), Luiz Inácio Lula da Silva (PT, 76%) e Dilma Rousseff (PT, 73%).
Coincidentemente, FHC e Dilma tiveram a sua expectativa positiva bastante rebaixada após venceram a segunda disputa pelo Planalto: 41% e 50% de otimismo, respectivamente, em 1998 e 2014. A pesquisa não foi realizada antes da segunda posse de Lula, em 2007.
Os dois vices que assumiram após o impedimento dos titulares no período, Itamar Franco (então sem partido) em 1992 e Michel Temer (MDB) em 2016, tiveram baixas expectativas do brasileiro.
O primeiro, que acabou com o governo bem avaliado, gerava esperança de uma boa gestão apenas em 18% dos ouvidos. O segundo, com alta reprovação ao fim de seu mandato, inspirava expectativa semelhante em 16%. Por outro lado, os entrevistados acreditam majoritariamente que o governo Bolsonaro será melhor do que os dos antecessores. O número cai quão mais distante no tempo é o governo comparado.
Acham que ele será melhor do que Temer (76%), Dilma (73%), Lula (58%), FHC (56%) e Itamar (52%). O índice só volta a subir na comparação com Collor (69%), indicativo da má imagem deixada pelo ex-presidente, apesar de ele ter saído do Planalto há 26 anos.
O otimismo em relação a Bolsonaro cai entre os mais escolarizados e mais ricos. Entre os entrevistados com curso superior e os que ganham mais de dez salários mínimos, 22% acham que ele fará um governo ruim ou péssimo. Previsivelmente, o maior otimismo é registrado entre os eleitores de Bolsonaro – 88% apostam numa gestão ótima ou boa.
Entre aqueles que escolheram Fernando Haddad (PT) no segundo turno, o número cai para 35%, empatando na margem de erro com aqueles que esperam um governo ruim ou péssimo (31%). Entre grupos que já foram alvo de comentários depreciativos por parte de Bolsonaro, o otimismo é menor do que o registrado no conjunto da população.