Quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

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Música A favor da descriminalização da maconha, Erasmo Carlos conta que largou a droga, fala da carreira e sobre o filho que perdeu

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Durante a apresentação, Erasmo caiu do palco enquanto cantava uma de suas músicas. (Foto: Divulgação)

O lado A de Erasmo Carlos é puro rock. Já o B revela um sambista de primeira. Em seu novo DVD, “Meus Lados B – Ao Vivo”, o cantor revive pérolas de seu repertório que acabaram apagadas pelos hits. Em um bate papo franco, ele conta sobre o uso de drogas, como parou de beber e a vida aos 74 anos. E, de maneira delicada, fala sobre o filho que perdeu no ano passado, vítima de um acidente de moto.

Apesar de ser considerado o pai do rock, você também faz samba…

Erasmo Carlos – É, sempre fiz, mas nunca notaram. Já gravei sambas como “Aos Pés da Santa Cruz” e “Aquarela do Brasil”, inclusive. Só que as pessoas nunca prestaram atenção. Só querem saber de rock, rock, rock… Sou um compositor brasileiro, recebo influências de vários ritmos e gêneros.

 
No projeto gráfico do DVD, foram feitas colagens de recordações suas. Tem muita coisa antiga guardada em casa?

Erasmo – Meus escritos, fotos, reportagens… está tudo aqui. Tenho praticamente uma vida inteira documentada. São mais de 600 composições, imagine quantos manuscritos tenho em cadernos, folhas soltas, guardanapos? Só o papel higiênico que se desfez. Quanto mais comidos por traças, mais bonitos e valorizados ficam.

Você é nostálgico?

Erasmo – Não! Nem nostálgico nem saudosista. Eu vivo o hoje e o amanhã, não fico preso ao passado. Foi tudo lindo e maravilhoso, não vou nunca menosprezar o que vivi. Tudo construiu o homem que sou hoje, e eu amo esse homem aqui. Até o que aprontei de errado foi muito importante, não me arrependo de nada!

Você regravou “Maria Joana”, uma celebração da maconha. É a favor da liberação hoje?

Erasmo – Claro, sempre fui! Mas essas coisas não podem ser ditas de repente, é assunto de resposta demorada. A legalização tem que ser bem pensada e realizada, sem oba-oba. O primordial é a descriminalização. Isso aí já deveria ter sido feito há décadas. Para mim, a não descriminalização da maconha é uma agressão.

 
Ainda é usuário da erva?

Erasmo – Não. Há muito tempo larguei tudo. Estou careta, com muito orgulho. Não sou radical com nada, acho que tudo pode ser repensado. Ninguém sabe realmente o que é certo e o que é errado nessa vida. O bom senso da gente é que tem que dizer.

 
O álcool ainda é um problema para você?

Erasmo – Foi um mal que me perseguiu durante muito tempo. O álcool quase acabou com a minha carreira. Não é que eu tenha cortado totalmente a bebida da minha vida, tomo um uisquezinho antes do show, aprecio um vinho. Só não abuso mais. Estar bêbado às 9 horas da manhã é passado, foi um processo de autodestruição muito grande. Hoje, consigo “dosar as doses”, sem trocadilhos.

Quando mudou seu pensamento?

Erasmo – Não foi de repente, foi acontecendo. Meus netos nasceram, queriam ficar perto de mim e eu queria que eles me vissem com orgulho.

 
Aos 74 anos, é um homem saudável?

Erasmo – Graças a Deus, minha saúde está muito boa. Tenho disposição, mente e corpo sãos. Lido bem com a passagem do tempo, acontece com todo mundo. Meus valores são outros, envelhecer não é problema.

 
Você dedica esse trabalho a seu filho Léo Esteves. Por que não menciona também o nome de Carlos Alexandre, em memória?

Erasmo – Seria óbvio. Mas quem fez o disco comigo foi Léo, meu filho vivo. A menção não foi de pai para filho, mas de profissional para profissional. Léo é dono da minha gravadora, meu braço-direito.

 

Um ano depois, você conseguiu superar a morte de seu filho [Carlos Alexandre morreu em 14 de maio do ano passado]?

Erasmo – Meu bem, a gente nunca esquece. Tem coisinhas dele espalhadas por toda a minha casa. Dudu tinha a mania de escrever bilhetinhos para mim. No banheiro, tem um escrito na parede. O quarto dele de solteiro está intacto, toda hora me deparo com alguma coisa que me lembra ele. Mas a vida continua, estou aprendendo a conviver com a ausência da alegria do meu filho. (AG)

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