Domingo, 17 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 9 de janeiro de 2019
A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre realizou 627 transplantes de órgãos entre janeiro e dezembro de 2018. No mesmo período de 2017, foram 620. “Registramos um tímido aumento neste último ano, sobretudo devido a uma maior conscientização da população de estados vizinhos como Santa Catarina e Paraná sobre a importância da doação de órgãos, pois no Rio Grande do Sul não houve aumento na taxa de doadores”, explica Dr. Valter Garcia, coordenador de transplantes da Santa Casa.
Na Santa Casa o aumento se deu, principalmente, em transplantes de coração (2 em 2017 e 5 em 2018), córneas (100 em 2017 e 116 em 2018) e pulmão (38 em 2017 e 50 em 2018). Entre as mais de 600 pessoas que puderam encontrar a chance de uma vida nova através da solidariedade de famílias que autorizaram a doação de órgãos, está a pequena Giovanna. Atualmente com apenas 2 anos de idade, a pequena ficou quase um ano em lista de espera por um transplante de coração. Já em em estado gravíssimo na UTI, poucos dias após seu aniversário o tão esperado órgão chegou “de presente” no dia 14 de dezembro. Agora, a família vibra a cada conquista da sua recuperação, como o retorno da visão e até mesmo “a bagunça”, enquanto conta os minutos para voltar para a casa, em Canoas, na próxima sexta-feira. “Ter minha filha saudável novamente não tem preço, e é esse sentimento de alegria que eu desejo para os outros pais que estão passando pela mesma situação. Para isso, é muito importante que todos saibam que, ao autorizar a doação de órgãos de seus familiares, as pessoas estão salvando vidas como a da minha Gigi”, diz Luane de Bairros Bloedow.
Embora tradicionalmente a Santa Casa de Porto Alegre seja referência na realização de transplantes no país, e responsável por mais da metade dos realizados no Rio Grande do Sul, a instituição tem capacidade de aumentar entre 40 e 50% o número de transplantes com a sua atual estrutura e corpo funcional. “Para 2019, estimamos um crescimento entre 10 e 15% nos nossos números de transplantes. Para isso, dependemos do aumento do número de doadores no Estado, ou seja, é necessário que a população gaúcha se conscientize sobre a importância de se declarar doador de órgãos e avise a sua família sobre o seu desejo”, finaliza Garcia.
Atualmente, mais de 30 mil pessoas aguardam por um órgão no país, sendo esta, muitas vezes, a única possibilidade de esperança de vida.