Terça-feira, 22 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 14 de janeiro de 2019
Mais um capítulo do que parece ser uma queda-de-braço nos bastidores do governo de Jair Bolsonaro. Na semana passada, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, encaminhou à Casa Civil um pedido de exoneração da diretora de Proteção Territorial da Funai (Fundação Nacional do Índio), Azelene Inacio. Motivo: uma investigação do MP (Ministério Público) que aponta conflito de interesse por parte da servidora.
A demissão, pelo menos até agora, não foi publicada no “Diário Oficial da União”, o que surpreendeu a pasta da Justiça e a titular da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves. O governo atua transferiu a Funai foi transferida do Ministério da Justiça para a pasta de Damares.
Por questões jurídicas envolvendo a estrutura da Funai dentro do novo quadro do governo, quem pediu a exoneração de Azelene foi Sérgio Moro – em 8 de janeiro – medida que seria publicada no “Diário Oficial da União” do dia seguinte, mas que não ocorreu até agora, uma semana depois.
Procurado novamente nessa segunda-feira, o Ministério da Justiça voltou a confirmar que o pedido foi feito e encaminhado. Damares havia dito à imprensa que Azelene estava trabalhando “normalmente” na última sexta-feira e que também não viu a exoneração.
Casa Civil
Procurado, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorezoni, disse que o novo presidente da Funai será o general Franklimberg de Freitas. “Por um problema burocrático, a demissão de Azelene não foi publicada e caberá ao novo presidente da Funai fazer a eventual troca da diretoria”, ressaltou. “Tem muita gente na Esplanada que gosta dela.”
Na Funai, servidores afirmam que Azelene resiste a sair e busca apoio para presidir o órgão federal responsável pela assistências aos povos indígenas, o que já foi descartado pela ministra dos Direitos Humanos. Azelene diz a colegas que é vítima de perseguição e pede ajuda para permanecer no órgão.
Funai
Oficialmente, a assessoria da Funai diz que Azelene segue trabalhando normalmente e não foi exonerada, como pediu o Ministério da Justiça. Na semana passada, o presidente da Apex foi demitido pelas redes sociais pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Na ocasião, Alex Carreiro disse que não sairia, enfrentando o ministro e criando a primeira crise do governo. Ele foi demitido depois.