Quarta-feira, 22 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de janeiro de 2019
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chamou na segunda-feira (14), Jair Bolsonaro de “Hitler dos tempos modernos” e ironizou o apoio que recebe de grupos evangélicos do Brasil. No mesmo dia, o presidente dos EUA, Donald Trump elogiou o presidente brasileiro e o chamou de “Donald Trump da América do Sul”.
“Bolsonaro é um Hitler dos tempos modernos. É isso. O que não tem é coragem e decisão próprias, porque é um fantoche desses grupos (evangélicos). Bolsonaro saiu de uma seita”, disse Maduro ao apresentar seu relatório anual da administração à Assembleia Constituinte. “Logo o povo brasileiro se encarregará dele”, declarou o líder socialista, a quem Bolsonaro chama de “ditador”.
O Brasil é um dos países da América Latina que não reconhece o novo mandato de Maduro (2019-2025) e apoia as denúncias da oposição de que as eleições presidenciais na Venezuela foram fraudadas.
Maduro foi reeleito no dia 20 de maio de 2018 em votação boicotada pelos principais partidos de oposição e não reconhecidas por Estados Unidos e União Europeia. O governo brasileiro não enviou representantes à posse de Maduro na quinta-feira passada, no TJS (Tribunal Supremo de Justiça), por considerar “ilegítimo” o presidente venezuelano.
Segundo a lei, Maduro deveria ser empossado no Parlamento, controlado pela oposição, que o TSJ declarou em desacato e anulou suas decisões a partir de 2016.
O Brasil disse reconhecer o Legislativo como um órgão “democraticamente eleito” e avaliou que cabe à Assembleia “a autoridade executiva da Venezuela”. Segundo o Fundo Monetário Internacional, a economia da Venezuela foi reduzida à metade durante o primeiro mandato de Maduro e deve recuar 5% apenas em 2019, com uma hiperinflação que chegará a 10.000.000%.
Opositor
O presidente da Assembleia Nacional e autodeclarado “presidente interino” da Venezuela, Juan Guaidó, pediu “respeito à vida” dos agentes do Sebin (Serviço de Inteligência Bolivariana) responsáveis pela sua prisão temporária no domingo (13). O presidente Nicolás Maduro classificou o episódio como um conluio da oposição e militares corruptos.
“Eu exijo o respeito à vida desses funcionários. Se eles estão presos, é preciso que cheguemos no fundo disso”, disse Guaidó, em entrevista transmitida pelas redes sociais. O opositor acrescentou que faz esse pedido após ter conhecimento de supostas ‘torturas’ contra militares dissidentes presos pelo governo Maduro.
Guaidó foi detido temporariamente no domingo após ser interceptado por duas caminhonetes do Serviço de Inteligência. Segundo relato de sua esposa, que acompanhava o marido os soldados portavam “armas longas” e estavam encapuzados quando os obrigaram a descer do veículo em que viajavam. O líder opositor foi interrogado por cerca de uma hora até ser solto. A Sebin não apresentou justificativa para a detenção, mas o governo venezuelano afirmou se tratar de uma ação ‘unilateral’ de agentes do serviço de inteligência.
Maduro classificou o episódio como um “show midiático” da oposição com “agentes corruptos” da Sebin com o intuito de prejudicá-lo. O presidente, no entanto, não apresentou provas para suas alegações.
Segundo Guaidó, sua prisão aponta que Maduro já não tem o controle das forças policiais do país. Na semana passada, ao se declarar presidente interino do país, o opositor pediu ajuda dos militares, dos cidadãos e da comunidade internacional para acabar com o que considera a “usurpação” da presidência do parte de Maduro