Segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de janeiro de 2019
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O governador Eduardo Leite recebeu, ontem à tarde, oito deputados estaduais da futura legislatura. O encontro mais esperado era com Sebastião Melo, único integrante da bancada do MDB que recusou a participação do partido no secretariado. Melo expôs:
1º) O modelo do setor público no Estado faliu; 2º) as reformas pretendidas devem ser profundas e não podem atingir apenas os servidores de salários menores; 3º) quanto a privatizações, não adianta vender a geladeira para pagar o mordomo; 4º) o governo sempre dá muita atenção ao Interior do Estado, mas a região metropolitana de Porto Alegre precisa entrar no conjunto de medidas.
Não fará indicações
No final, Melo disse ao governador: “A Secretaria da Fazenda precisa deixar de ser uma instituição privatizada que acumula benefícios exagerados para seus funcionários”. Mais: “Se alguém aparecer no seu gabinete pedindo algum favor, com sendo indicação minha, não atenda. Será uma mentira.”
Sem compromissos
O motivo pelo qual o governador Leite trouxe para a Secretaria da Fazenda um técnico do BNDES começa a ficar explicado. A escolha de um servidor do quadro limitaria a possibilidade de medidas fortes, que enunciou ontem, incluindo a perda de benefícios das corporações.
Constrangimento
Pressionar secretários da Fazenda, que integram o quadro de funcionários, é uma tradição que vem de longe. Faz parte da rotina colegas lembrá-los que em quatro anos deixarão o poder e sofrerão represálias.
Há 23 anos
A 23 de outubro de 2005, os brasileiros foram às urnas para participar do referendo sobre aplicação do artigo 35 do Estatuto do Desarmamento. O conteúdo: “É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional”, com algumas exceções. O resultado mostrou 64 por cento contra o artigo e 36 a favor. Pesquisas, um mês antes, mentiram, apontando 72 por cento a favor e 24 contra o desarmamento.
Condição de pedintes
É crescente o número de prefeitos que cansaram das consecutivas marchas a Brasília. Em abril deste ano, ocorrerá a 23ª. Estendem as mãos, recebem afagos do poder e retornam trazendo só promessas na bagagem. Muitos estão convencidos de que a União não é a mãe protetora do filho pródigo, eternamente endividado.
Visão distorcida
Tecnocratas de ministérios costumam falar pelas costas, dizendo que há esbanjamento de dinheiro nos municípios. Não é na casa desses funcionários que a população carente bate à porta, na madrugada, pedindo transporte de um paciente ao hospital mais equipado de uma cidade próxima.
Contra a parede
Prefeitos realistas se encorajam para começar o jogo da verdade com secretários, vereadores e a população, visando adequar a receita às despesas. Nos encontros, muito perguntarão: como sair do buraco? Outros irão adiante: como caímos nele?
Será conveniente que lembrem o que disse James Callaghan, líder trabalhista inglês, que viveu de 1912 a 2005: “Quando se está no buraco, a primeira receita é deixar de cavocar.”
Esforço concentrado
Chegou ao Palácio Piratini consulta do governador Camilo Santana sobre a possibilidade de o Rio Grande do Sul auxiliar no combate às ações terroristas no Ceará. A resposta inicial é colaborar para que o movimento não se alastre a outros estados, que já manifestaram a mesma disposição.
Agora vai
O que ficou quase escondido no noticiário: o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, suspendeu a decisão liminar do seu colega Marco Aurélio que dificultava a venda de parte dos ativos da Petrobras.
Não andam
Retardando a entrega para uso do Largo dos Açorianos e da parte superior do Mercado Público, Porto Alegre colabora com o Almanaque das Obras Intermináveis.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.