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Por Redação O Sul | 20 de janeiro de 2019
Chegou a 79 o número de mortos na explosão de um oleoduto da empresa estatal Pemex (Petróleos Mexicanos) na sexta-feira (18), no Estado de Hidalgo, no México. Das 81 pessoas que foram hospitalizadas após a explosão, 66 continuam internadas, 12 morreram, duas receberam alta e uma decidiu deixar o hospital por conta própria. As informações foram dadas pelo ministro da Saúde do México, Jorge Alcocer, em uma entrevista coletiva.
A explosão ocorreu na sexta-feira, quando até 800 pessoas se reuniram para coletar gasolina no oleoduto Tula-Tuxpan, da Petróleos Mexicanos, no município de Tlahuelilpan. O oleoduto havia sido perfurado por ladrões de combustível, disseram autoridades.
O acidente ocorreu no final da tarde, quando dezenas de pessoas aproveitavam um vazamento no local para transportar o combustível em baldes e vasilhas. A explosão do duto lançou labaredas aos céus de Tlahuelilpan. O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, prometeu intensificar os esforços para erradicar o roubo de combustível.
Imagens de vídeos mostraram moradores em correria para encher galões com combustível vazado do duto em meio a vítimas queimadas, levantando questionamentos sobre como López Obrador tem lidado com a questão, uma de suas promessas desde que assumiu o cargo, em 1º de dezembro.
Veterano de esquerda, López Obrador lançou em 21 de dezembro uma operação de repressão e ordenou o fechamento temporário de dutos para interromper os desvios ilegais de bilhões de dólares da petroleira estatal Petróleos Mexicanos, afundada em dívidas.
“Estamos longe de terminar o combate… contra o roubo de combustível, que vai se tornar mais forte, vamos continuar até que tenhamos erradicado essa prática”, disse López Obrador, que prometeu intensificar a presença de forças de segurança em áreas sensíveis.
Vídeos publicados em redes sociais mostraram pessoas enchendo galões junto ao duto durante o dia e na presença de forças armadas, levando a questionamentos sobre o motivo das autoridades não terem agido. O governo diz que os soldados chegaram ao local depois de a Pemex ter detectado a perfuração ilegal, mas não tiveram tempo de assumir o controle da área.
Desesperados para encher carros
Meia dúzia de pessoas entrevistadas pela agência de notícias Reuters no sábado (19) disseram que seus parentes foram ao vazamento no distrito de Tlahuelilpan porque eles lutavam para encontrar combustível em outros lugares e estavam desesperados para encher carros para ir trabalhar ou operar suas fazendas.
“Muitas pessoas inocentes vieram para cá, talvez o carro delas não tenha gasolina suficiente para amanhã, e elas disseram que iriam pegar alguns litros”, disse o agricultor Isidoro Velasco, de 51 anos, que esperava notícias sobre seu sobrinho Mario Hidalgo, que ele acredita estar entre os mortos. Hidalgo completou 34 anos no sábado.
No final do mês passado, o presidente Lopez Obrador lançou um programa para fechar uma rede ilegal de distribuição de combustível que extrai cerca de US$ 3 bilhões em combustível anualmente da empresa estatal de petróleo Pemex. O plano, que envolve o fechamento de dutos comprometidos por gangues, levou à falta generalizada de gasolina no Centro do México em janeiro, inclusive em Hidalgo, ao norte da Cidade do México.