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Por Redação O Sul | 20 de janeiro de 2019
Em 1943, por causa da Segunda Guerra Mundial, o cobre se valorizou, e o alto preço tornou inviável a produção das moedas de 1 centavo de dólar, os pennies. Elas passaram, então, a ser feitas em aço revestido de zinco. Mais do que isso, nos Estados Unidos, o cobre só poderia ser usado na fabricação de itens essenciais aos esforços de guerra, como, por exemplo, na produção de fios telefônicos. Porém, um pequeno lote de pennies de cobre com a data de 1943 foi produzido e colocado em circulação por engano.
A própria United States Mint (a casa da moeda americana) considera esse erro como um dos mais famosos que ela cometeu. Com o passar dos anos, essas moedas de 1943 de 1 centavo de cobre feitas por engano desapareceram, e as que foram encontradas viraram itens de colecionador.
Don Lutes Jr., que morreu em setembro de 2018, aos 87 anos, recebeu uma delas de troco em 1947 no refeitório da sua escola, em Massachusetts (EUA). Na época, ele se surpreendeu com a coloração diferente da moeda e resolveu guardá-la.
O que Lutes não poderia imaginar é que, 75 anos depois da fabricação da moeda, ela seria vendida em um leilão por US$ 204 mil (cerca de R$ 750 mil). O preço superou a estimativa feita pela casa leilões Heritage Auctions, que avaliou a peça em US$ 170 mil.
Sarah Miller, diretora da Heritage Auctions, acredita que existam atualmente apenas 10 ou 15 moedas como essa. Em 1958, um exemplar foi vendido por US$ 40 mil. Em 1996, outro exemplar foi vendido por US$ 82,5 mil. Mais velho, Lutes virou colecionador de moedas e descobriu que o pennie guardado na adolescência era muito valioso.
Por anos, ele guardou a moeda em sua coleção até que sua saúde piorou, e ele decidiu vendê-la para custear o tratamento. Viúvo, Don Lutes Jr. não deixou descendentes. Por anos, ele frequentou a biblioteca pública de sua cidade natal, Pittsfield, e agora o dinheiro da venda no leilão deverá ser destinado à instituição.
Identificação
Depois de aprender a falar “the book is on the table”, uma outra lição básica dos cursinhos de inglês é aprender a identificar o valor das moedas de dólar. Deveria ser fácil. Só que não é bem assim. Nos Estados Unidos, os valores das moedas estão escritos apenas por extenso, nenhuma delas tem a indicação em algarismos, como acontece no real. E, para deixar ainda mais difícil, em algumas, o que se lê é um “apelido”, como em “one dime”, que vale dez centavos. A palavra “cent”, por exemplo, só aparece escrita em duas moedas: de 1 (one) e 5 (five) “cents”. Mas, nas ruas, elas são popularmente chamadas por outros nomes: “penny e “nickel”.
Já as moedas de 25 e 50 são conhecidas como “quarto de dólar” e “meio dólar” e é desse jeito que seus valores estão escritos: “quarter dollar” e “half dollar”. Como as moedas têm o mesmo formato e tamanho há centenas de anos, para os americanos, é fácil identificá-las. Mas os turistas, não só brasileiros, quebram a cabeça para contá-las. Eu sei o que você está pensando. Todo o problema seria facilmente resolvido se eles simplesmente colocassem os números nas moedas. Mas, para que facilitar, se podemos dificultar?
Mas, por que isso? Nem a United States Mint (a casa da moeda americana) sabe responder. De acordo com uma reportagem do site “How The Stuff Works” (Como As Coisas Funcionam), a única vez em que alguma autoridade deu alguma declaração oficial sobre o assunto foi por meio da embaixada americana no Japão. Na ocasião, os diplomatas divulgaram um documento para explicar aos japoneses as diferenças das moedas americanas (mas este documento já não está mais disponível no site da embaixada).