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Colunistas Liberdade de escolha

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Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Nossos políticos adoram cuidar da vida dos cidadãos, e muitas vezes acham que as pessoas não conseguem cuidar de si mesmas. Assim, eles acabam criando e aprovando leis proibindo o uso de determinado item que julgam inadequado.

No fim do ano passado, a câmara de Porto Alegre aprovou a proibição de canudos de plástico distribuídos em estabelecimentos comerciais e por ambulantes da cidade. Segundo os vereadores, o canudo descartado acumula-se em lixões e mares e acaba sendo ingerido por animais. Em 2016 uma lei parecida, vetada depois pelo prefeito, proibia os estabelecimentos de deixar nas mesas recipientes com sal.

Impressiona-me o fato de que, para os políticos, é muito mais fácil proibir do que conscientizar: se corremos o risco de pessoas terem hipertensão pelo consumo exagerado do sal, temos que dar acesso à informação, explicando para a população que ingerir sal em excesso pode acarretar sérias doenças.

O mesmo vale para os canudos. Se temos problema com o descarte de certo material, seria muito mais prudente uma conscientização das pessoas, mostrando como deve ser feito o descarte correto e revelando as consequências de um descarte errado, ou ainda uma ação por parte das autoridades instalando lixeiras pela cidade para que as pessoas não descartem lixo no chão ou em córregos.

Tanto o sal como o canudo são apenas alguns itens que serviram para os políticos tirarem ainda mais a liberdade da vida dos cidadãos. Proibir o uso mostrou-se mais uma vez ineficiente, pois o mercado sempre acha soluções criativas para livrar-se desses impedimentos: no caso do sal, tivemos estabelecimentos que penduravam os saleiros com uma corda no teto, assim ele não estava na mesa, e sim sobre ela, sendo, portanto, legal. O mesmo vai acontecer com os canudos: uma vez proibidos, irá aumentar o consumo de copos descartáveis, ou talvez o preço da bebida vá subir, visto que o estabelecimento terá de fornecer um canudo de papel ou copo, que têm custo maior.

O Estado deveria parar de querer cuidar das pessoas e deixar elas mesmas cuidarem cada uma de si, consumindo o que desejam e tendo consciência do que estão fazendo. Ao interferirem na vida dos consumidores, as autoridades tiram ainda mais a liberdade de escolha de cada indivíduo, tratando os cidadãos como bebês que não conseguem cuidar de si mesmos.

Richard Sacks, empreendedor e associado do IEE.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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