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Por Redação O Sul | 27 de janeiro de 2019
O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, rejeitou um ultimato internacional para convocar eleições dentro de oito dias e disse que o líder da oposição, Juan Guaidó, violou a Constituição do país ao declarar-se presidente.
Em entrevista à CNN da Turquia neste domingo (27), Maduro disse estar aberto ao diálogo e que um encontro com o presidente dos EUA, Donald Trump, é improvável, mas não impossível.
Washington, que reconheceu Guaidó como líder, pediu no sábado que o mundo “escolha um lado” na Venezuela e se desconecte financeiramente do governo de Maduro.
Com Maduro, a Venezuela mergulhou numa crise econômica, social e política, com escassez de alimentos, uma inflação que deve subir para 10 milhões por cento este ano e protestos, que levou a uma emigração em massa.
Reino Unido, Alemanha, França e Espanha disseram que reconhecerão Guaidó se Maduro não convocar novas eleições dentro de oito dias, um ultimato que a Rússia considera “absurdo” e que o chanceler venezuelano chamou de “infantil”.
Washington, Canadá, assim como a maioria dos países latino-americanos, incluindo o Brasil, e muitos países europeus classificaram as eleições do segundo mandato de Maduro, em maio passado, como fraudulentas.
Maduro mantém a lealdade das Forças Armadas, embora o principal adido militar da Venezuela aos Estados Unidos tenha desertado para o lado de Guaidó no sábado (26).
O atrito diplomático e a deserção foram desencadeados pelo reconhecimento do líder da oposição Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela. EUA, Canadá e a maioria dos países latino-americanos, incluindo o Brasil, disseram que a vitória eleitoral de Maduro no segundo mandato foi fraudulenta.
“Hoje falo ao povo da Venezuela, e especialmente aos meus irmãos nas Forças Armadas da nação, para reconhecer o presidente Juan Guaidó como o único presidente legítimo”, disse o coronel José Luis Silva em um vídeo gravado na embaixada em Washington, sentado ao lado da bandeira venezuelana.
Silva disse à Reuters em Washington que um funcionário consular em Houston e outro em outra cidade dos EUA também reconheceu Guaidó, mas que ele era o único diplomata em Washington que ele sabia ter dado esse passo. A Reuters não conseguiu confirmar de forma independente outros desertores.
“Os altos escalões militares e do Poder Executivo estão mantendo as Forças Armadas como reféns. Há muitos, muitos que estão insatisfeitos”, disse Silva. “Minha mensagem para as Forças Armadas é: ‘Não maltrate seu povo’. Recebemos armas para defender a soberania de nossa nação e nunca nos treinaram para dizer: ‘Isto é para você atacar seu povo, defender o atual governo no poder’.”
Embora pequenas rebeliões contra Maduro tenham ocorrido nas Forças Armadas da Venezuela nos últimos meses, não houve nenhuma revolta militar em grande escala contra ele.