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Armando Burd Conluio para o crime

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Plano de emergência desprezado, sirenes que não tocaram e rotas de fuga equivocadas ampliaram a tragédia. (Foto: Isac Nóbrega/PR)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

A tragédia de Brumadinho confirma a existência de dois países. Um instalado no andar de cima e coabitado por integrantes do setor público e empresários. Ambos com o mesmo perfil: engravatados e usufruindo do ar condicionado em gabinetes confortáveis.

Tecnocratas criam leis com brechas e não fiscalizam, dando oportunidade a que irresponsáveis e sem escrúpulos atinjam o que mais querem, o lucro fácil. A segurança da vida não entra na conta. O sistema de armazenamento de rejeitos de minérios é um exemplo. Mantém-se o mesmo desde o século 19.

Pesadelo sem fim

O outro país, condenado ao andar debaixo, é composto por vítimas. Gente simples, que mora na região da exploração de minérios, e padecentes da negligência. Mais os funcionários da Vale, que também foram soterrados pela avalanche de lama.

O que aconteceu há três anos e dois meses em Mariana não serviu para nada. A legislação não foi aperfeiçoada nem a fiscalização se tornou mais presente. Os sobreviventes ainda estão à espera de indenizações, circunstância que agora se repetirá.

Quando vão punir?

Mortes, angústia dos familiares dos desaparecidos e agressões à natureza. Comprometimento por longo tempo de cursos d’água, que servem como fonte de abastecimento, e de áreas de plantações. Obra de canalhas, hipócritas, incompetentes e descompromissados com o bem público, que não podem mais ficar impunes.

Não adianta mais esconder

Grupo de empresários de vários setores aguarda uma brecha na agenda do governador Eduardo Leite, o que está difícil, para levar uma proposta de caráter apartidário: a reunião em torno de uma mesa de negociação com entidades representativas do capital e do trabalho. Esperam que o primeiro resultado seja a formulação de medidas concretas tendentes a amenizar a mais grave crise financeira do governo do Estado.

O jogo precisa ser aberto

Em reuniões para definir dissídios, sindicatos patronais e de empregados da iniciativa privada costumam negociar, abrindo os números. No setor público, a regra é do jogo fechado, a começar pela elaboração do orçamento pelo Executivo e posterior votação no Legislativo. Sabe-se, há muito tempo, que informação é poder. Hoje, com o caixa da sem recursos para investimentos e o sistemático atraso nos pagamentos de prestadores de serviços, fornecedores de produtos e do funcionalismo, o governo não pode mais manter segredos.

Na era da civilização

Com o começo das votações, em fevereiro, as galerias da Assembleia Legislativa voltarão a se transformar em arquibancadas de jogos de futebol em dia de tumulto. A tentativa de convencer deputados nos gabinetes e nos corredores é um direito inegável dos interessados. A pressão pelos gritos e vaias de intimidação, durante as sessões plenárias, vira bagunça e baixaria.

Para abrir portas

O deputado Frederico Antunes termina hoje o roteiro de visitas a todas as secretarias estaduais. Como líder do governo na Assembleia Legislativa, passa a comandar o encaminhamento dos incontáveis pedidos de soluções que receberá.

Crise vem de longe

Os jornais de 29 de janeiro de 1999 publicaram a notícia de que o Banco Mundial tinha confirmado a suspensão temporária, por 60 dias, dos direitos de saque pelos governos do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais de contas de empréstimos já aprovados junto à instituição, no valor total de 208 milhões e 900 mil dólares. Segundo nota distribuída, a decisão foi tomada após o anúncio público de que os dois estados não tinham condições de honrar suas dívidas junto à União.

Quase unânime

Nove entre cada dez políticos em Brasília afirmam: a reforma da Previdência é a primeira, a segunda e a terceira prioridade. Mais: não se trata de um problema do governo, mas do País.

Carrossel

Homens públicos são humanos e podem errar. Chata é a frequência.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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