Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 29 de janeiro de 2019
O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), que foi reeleito mas decidiu abrir mão do mandato e viver fora do Brasil depois de receber ameaças de morte, enviou um ofício ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, afirmando que elas voltaram a se repetir.
Por meio de sua assessoria, o parlamentar afirmou que recebeu duas mensagens, no sábado (26) e na segunda-feira (28), em seu e-mail institucional.
Nelas, uma pessoa que usa o nome de Emerson Eduardo Rodrigues Setim diz planejar o assassinato de familiares de Jean Wyllys.
Para a surpresa e maior temor do deputado, o texto foi enviado para os e-mails familiares dele.
“Isto não é uma bravata, é só um aviso”, diz a mensagem. “Foram colocados três sicários ao serviço de nossa corporação Comando Virtual Marcelo Valle. Dado como objetivo, fora solicitado a eliminação de três alvos de forma não consecutiva”.
Em seguida, são citados irmãos do parlamentar e os números de seus respectivos documentos.
“O Jean pode estar exilado na Europa, ‘seguro’, mas não podemos dizer o mesmo de vocês”, finaliza o autor da ameaça.
O nome que batiza a corporação citada no e-mail é o de um criminoso que já foi preso e que anteriormente já tinha feito ameaças ao deputado do PSOL.
A assessoria de Wyllys pede a Moro que, “dada a gravidade das mensagens, especialmente consideradas em um contexto onde o parlamentar se viu obrigado a sair do Brasil para preservar a própria integridade física”, seja efetivada “a imediata apuração desses e dos demais episódios e ameaças a que o deputado Jean Wyllys vem sendo violentamente submetido”.
Renúncia oficializada
A Câmara dos Deputados publicou na edição desta terça-feira (29) do seu “Diário Oficial” a renúncia do deputado federal Jean Wyllys ao mandato para o qual tomaria posse nesta semana.
Wyllys anunciou na semana passada que abriria mão do seu terceiro mandato parlamentar em razão de ameaças de morte que vinha recebendo.
No documento endereçado ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Wyllys informa, “em caráter irretratável”, que não tomará posse no mandato.
Ele acrescenta que as razões estão explicitadas na carta que enviou ao seu seu partido, o PSOL, e que anexou na comunicação à Câmara.
Com a renúncia oficial de Wyllys, a Câmara pode a partir de agora tomar as providências para que o seu suplente na vaga, o vereador carioca David Miranda (PSOL-RJ), assuma na sexta-feira (1º).
Wyllys está no exterior em um país não informado e disse que não pretende voltar ao Brasil.