Terça-feira, 21 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 31 de janeiro de 2019
Assim que terminou a reunião em que a bancada do MDB escolheu Renan Calheiros (AL) como candidato à presidência do Senado, o presidente Jair Bolsonaro ligou para parabenizá-lo e para pedir uma conversa na próxima semana. Renan é considerado favorito para vencer a eleição, que será disputada nesta sexta-feira (1°).
Renan derrotou Simone Tebet (MS) por sete votos a cinco. O partido tem 13 senadores, mas Jarbas Vasconcelos (PE) não compareceu. O voto foi secreto.
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) se disse satisfeita com os votos recebidos e afirmou que não será candidata avulsa. Ela disse ser difícil ser candidata com apoio de algum outro partido, como o PSDB, porque construiu seu nome tendo como premissa que seria candidata de seu partido.
Simone disse ainda ter recusado convite para trocar de legenda para disputar a Presidência do Senado. Questionada se, então, seguiria a decisão do seu partido e apoiaria Renan, ela evitou a resposta, mas destacou que várias vezes durante o processo já defendeu a necessidade de o Senado buscar outro caminho.
Em uma rede social, Jair Bolsonaro disse ter falado não só com Renan Calheiros, mas com todos os candidatos à presidência do Senado.
“Nesta quinta-feira, véspera de eleição presidencial para o Senado, procuramos diplomaticamente fazer contato com os candidatos desejando-lhes boa sorte. O eleito será importantíssimo para a democracia e futuro do Brasil.”
Além de Renan, disputam Davi Alcolumbre (DEM-AP), Major Olímpio (PSL-SP), Alvaro Dias (PODE-PR), Angelo Coronel (PSD-BA), Esperidião Amin (PP-SC), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Regguffe (sem partido-DF). O senador Fernando Collor (AL), que nesta semana trocou o PTC pelo Pros, não admite candidatura, mas é dado como candidato por outros senadores.
A sessão promete ser tensa, com a apresentação de ao menos três questões de ordem que problematizam se a votação será aberta ou fechada, se pode haver segundo turno e se Alcolumbre, único remanescente da Mesa Diretora anterior, pode presidir a votação mesmo sendo candidato. Opositores de Renan cogitam, inclusive, esvaziar a sessão para adiar a votação.
Na reunião que sacramentou o nome de Renan Calheiros, apenas o senador Jarbas Vasconcelos (MDB-PE) não compareceu. Questionado sobre o placar apertado, Renan se esquivou.
“Quem tem que responder esta pergunta é o líder”, disse Renan. “A política é tão complexa que a experiência só não basta.”
Questionada sobre os motivos para sua derrota, Tebet listou como possibilidades a tradição, o tempo de convivência dos colegas com Renan e a força do senador em plenário.
Fora do governo e sem ter conseguido reeleger nomes como o atual presidente do Senado, Eunício Oliveira (CE), e o presidente da sigla, Romero Jucá (RR), o MDB tem nesta eleição sua principal perspectiva de manutenção de poder.
Há 24 anos no Senado, Renan já presidiu a Casa quatro vezes. Até entrar na reunião da qual saiu vitorioso, negava estar disputando qualquer cargo. Para o público, queria aparecer já ungido pela bancada.