Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 3 de agosto de 2015
Ainda não está claro se o governo Dilma Rousseff chegou ao fundo do poço ou se a situação vai piorar. Mas boas pistas surgirão no mês que teve início no sábado. Mesmo que não acredite em superstições e ignore que agosto é profícuo em tragédias na política brasileira, a presidenta tem com o que se preocupar. O segundo mandato chega ao oitavo mês cercado por crises de todos os lados: economia, política, Justiça e sociedade.
Quando o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou que estava aderindo à oposição, o Congresso Nacional acabara de entrar em recesso. Só a partir desta semana é que será possível medir com precisão as consequências da nova postura do peemedebista.
O presidente da Câmara vai analisar todos os 13 pedidos de impeachment pendentes na Casa, levando adiante os que tiverem sustentação jurídica. Desde a queda de Fernando Collor, em 1992, nenhum governo precisou se preocupar com uma ameaça do tipo.
Na economia, o rebaixamento da nota do Brasil e a consequente perda do grau de investimento pode agravar a situação econômica – que costuma ter grande influência sobre os níveis de popularidade, já baixíssimos. Ao mesmo tempo, Dilma é ameaçada em outros dois flancos: o processo do TCU (Tribunal de Contas da União), que analisa as pedaladas fiscais do governo em 2014, e que pode provocar a perda do mandato de Dilma.
O outro é a análise das contas do governo em 2014 (o que também leva em conta as pedaladas). Nesse caso, se o tribunal optar pela rejeição, caberá ao Congresso decidir se confirma o posicionamento do TCU, o que deixará Dilma vulnerável a um processo de cassação.
Em 16 de agosto, o País deve ter mais um dia de grandes protestos contra o governo. A depender da quantidade de pessoas nas ruas e do transcorrer dos acontecimentos no Congresso e no TCU, pode ser esse o combustível decisivo para o processo de impeachment.