Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 5 de fevereiro de 2019
Um motorista da Uber, autor de um tiroteio no qual matou seis pessoas no Estado de Michigan, nos Estados Unidos, foi condenado nesta terça-feira (5) à prisão perpétua.
Jason Dalton se declarou culpado no mês passado de um ataque a tiros executado em fevereiro de 2016 na pequena cidade de Kalamazoo, em um intervalo de sua atividade como motorista de aplicativo.
Reviravolta inesperada
Casado e pai de dois filhos, Dalton se declarou culpado em uma reviravolta inesperada, quando estava previsto que o julgamento fosse começar, e admitiu ainda as tentativas de homicídio e outras acusações relativas a armas de fogo.
Motivação
O réu, de 48 anos, não explicou a motivação de seus crimes publicamente, embora aparentemente tenha dito a um policial que o Uber o tinha transformado em uma “marionete” e que o levava a atirar em pessoas ao acaso no transcurso de várias horas de direção.
A porta-voz da Uber, Brooke Anderson, disse que Dalton trabalhava há pouco mais de uma semana na empresa antes dos disparos e que tinha passado por uma verificação de seus antecedentes.
“Não há uma verificação de antecedentes que tivesse podido interceptar alguém com esse histórico porque ele não tem um histórico criminal”, disse à AFP.
Vítimas
“Quando você estava atirando no meu filho, e as nove balas estavam entrando e saindo do corpo dele enquanto ele estava morrendo no chão, você estava pensando em seu filho?”, perguntou, no tribunal, Laurie Smith, que perdeu seu filho de 17 anos e seu marido.
“O que lhe dá o direito de não apenas destruir minha família, mas também a sua, e todas as outras famílias inocentes?”
O juiz Alexander Lipsey disse a Dalton que o motivo das mortes “só será conhecido por você e por nosso criador”.
Assim como o marido e o filho de Smith, alvejado 16 vezes em uma revendedora de carros, Dalton assassinou quatro idosos em um estacionamento de restaurante.
Um adolescente que também estava no estacionamento foi ferido, mas escapou com vida, assim como uma mãe de 25 anos atingida enquanto protegia um grupo de crianças.
“Você de alguma forma decidiu que eu não precisava mais do meu marido, ou do meu filho”, disse Smith, virando-se para olhar para Dalton, que permaneceu inexpressivo, afundado em sua cadeira e afastando os alto-falantes durante todo o processo.
A estação de TV local WOOD informou que Dalton decidiu se declarar culpado para poupar sua família e as famílias das vítimas da provação de um julgamento.