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Brasil Um filme com Liam Neeson foi adiado no Brasil após o ator ser acusado de racismo

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Neeson tem usado seu prestígio na indústria para bancar diretores de fora do sistema. (Foto: Reprodução)

Protagonizado pelo ator irlandês Liam Neeson, 66 anos, o longa-metragem “Vingança a Sangue-Frio”, que seria lançado no Brasil nesta quinta-feira, teve sua estreia no País adiada para o dia 14 de março. De acordo com adistribuidora Paris Filmes, o motivo foi o conflito de agenda com outros lançamentos e também a repercussão negativa de uma entrevista com o astro.

A polêmica: ele declarou ao jornal “The Independent” que se sentiu dominado pela vontade de matar um homem negro para se vingar de um estupro sofrido por uma amiga. A conversa com o veículo da imprensa tinha por objetivo promover o filme, no qual Neeson encarna um pai que decide se vingar da morte de seu filho nas mãos de um cartel de drogas.

O ator falava sobre os detalhes psicológicos do filme e a fúria inerente à perda de uma pessoa próxima, mas subitamente mudou seu tom de voz para recordar sua própria experiência. “Vou contar uma história real”, disse ele disse em certo momento do bate-papo.

“Houve uma ocasião na qual descobri que uma pessoa próxima, que não vou mencionar o nome havia sido vítima de estupro, e então eu perguntei se ela sabia quem fez isso, se ao menos ela sabia dizer a cor do responsável pelo ataque. Ela contou que tinha sido uma pessoa negra”, detalhou.

Dando munição para mais polêmica, ele prosseguiu. “Tenho até vergonha de dizer, mas o fato é que eu andava pelas ruas com uma barra de ferro, esperando alguém se aproximar. Eu fiz isso mais ou menos por uma semana, na esperança de que um ‘bastardo negro’ saísse de um pub para que eu o confrontasse.”

“Como é possível que eu pudesse querer matar?”, questionou a si próprio na entrevista. “É horrível… É realmente horrível, e toda vez que penso que eu poderia ter feito isso, o sentimento é esse.”

Defendido por colegas

Ele fez questão de ressaltar, no entanto, que não é racista. E ressaltou a necessidade de um debate mais amplo na sociedade sobre a condição racial. Colegas do irlandês, dentre eles a atriz Michelle Rodriguez e Hans Petter Moland, diretor de “Vingança a Sangue Frio”, defenderam Neeson, indicado ao Oscar de melhor ator em 1993, por sua atuação em “A Lista de Schindler”, do norte-americano Steven Spielberg.

“Liam Neeson não é racista”, disse a atriz Michelle à revista “Vanity Fair” no tapete-vermelho de um evento em Nova York na semana passada. “Você não pode chamá-lo assim. Ignore, é tudo mentira. Os racistas não se dão bem com a raça que eles odeiam, diferente do que ocorre com ele, que é um homem amoroso”.

“Eu sei que Liam não é racista”, garantiu Moland. Pelo que posso falar sobre a minha experiência com ele, trata-se de uma pessoa extremamente honesta”.

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