Sábado, 11 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de fevereiro de 2019
A indústria farmacêutica solicitou à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que um grupo de 28 remédios receba a chancela de “isentos de prescrição médica”. Segundo o jornal O Globo, estão incluídas drogas para tratamento de herpes, alergias, inflamações, gastrite e esofagite.
Para os fabricantes, a medida reduziria a demanda por serviços de saúde para doenças com tratamentos considerados simples. “O consumidor terá um maior número de produtos para lidar com os sintomas de uma doença, o que gera ganhos para a sociedade. A cada R$ 1 gasto com esses medicamentos, há uma economia de R$ 7 no sistema de saúde e ao se evitar faltas no trabalho”, afirmou Marli Sileci, vice-presidente executiva da Abrimip (Associação Brasileira da Indústria dos Medicamentos Isentos de Prescrição). Os dados são baseados em um estudo da FIA (Fundação Instituto de Administração).
Sileci ressaltou que a liberação das substâncias não é um estímulo à automedicação, já que é recomendado que o paciente procure um médico caso os sintomas permaneçam.
A Anvisa espera ter uma lista preliminar fechada até abril. Essa relação, então, será discutida com representantes das farmacêuticas e da sociedade civil. De acordo com Daniela Marreco, gerente geral de medicamentos da autarquia, a análise considera critérios como o tempo de comercialização da substância, histórico de efeitos adversos e potencial para causar vício.
Pesquisa
Pelo menos 5,6 milhões de brasileiras não costumam ir ao ginecologista-obstetra, 4 milhões nunca procuraram atendimento com esse profissional e outras 16,2 milhões não passam por consulta há mais de um ano, indicou uma pesquisa da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) em parceria com o Datafolha.
Segundo a pesquisa Expectativa da Mulher Brasileira Sobre Sua Vida Sexual e Reprodutiva: As Relações dos Ginecologistas e Obstetras Com Suas Pacientes, o resultado mostra que 20% das mulheres com mais de 16 anos correm o risco de ter um problema sem ao menos imaginar. Foram entrevistadas 1.089 mulheres de 16 anos ou mais de todas as classes sociais, em todo o país.
Entre as mulheres que já foram ao ginecologista, seis a cada dez (58%) são atendidas pelo SUS (Sistema Único de Saúde), enquanto 20% passam pelo médico particular e outras 20% têm plano de saúde. Quando questionadas sobre qual especialidade médica é a mais importante para saúde da mulher, 68% citam a ginecologia, principalmente por mulheres que usam atendimento particular ou convênio. Em seguida, mencionam clínica geral e cardiologia.
“Sete em cada dez mulheres têm o ginecologista como seu médico de atenção para cuidar da especialidade e para cuidar da saúde de um modo geral. Não é diferente em outros países. É como se a ginecologia fosse a porta de entrada da mulher para a assistência básica de saúde. É muito comum a mulher que tem problemas que não são propriamente ginecológicos marcar consulta com o ginecologista e ele encaminhar para outro especialista”, explicou o presidente da Febrasgo, César Eduardo Fernandes.
O levantamento mostra ainda que nove de cada dez brasileiras costumam ir ao ginecologista – principalmente as que utilizam atendimento particular e convênio. Metade delas vai ao médico, sendo metade uma vez ao ano. Já 2% não têm frequência definida, 5% nunca foram e 8% não costumam ir.
Quando se trata do acesso ao ginecologista entre aquelas que já passaram por consulta, a média da idade para a primeira vez é de 20 anos e os motivos foram a necessidade de esclarecer algum problema ginecológico (20%), a gravidez ou a suspeita dela (19%) e a prevenção (54%). Normalmente quem as motivou a procurar o médico foram mulheres próximas (57%), a mãe (44%) ou mesmo a iniciativa própria (24%).
“Nós entendemos que a razão da primeira consulta não deveria ser por problemas ginecológicos ou gravidez. Acredito que falta da parte dos educadores e dos médicos esclarecer que a mulher deve ir na primeira consulta assim que iniciar seu período de vida menstrual ou até antes disso para entender quais são os eventos de amadurecimento puberal que ela tem para que possa ter noção de como deverá ser a sua habitualidade menstrual, para receber orientação sobre doenças sexualmente transmissíveis, iniciação sexual, métodos contraceptivos”, ressaltou Fernandes.