Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 1 de março de 2019
O Ministério Público Federal deu parecer favorável para a saída do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ir ao funeral do neto Arthur Lula da Silva, de 7 anos, que morreu nesta sexta-feira (1º) vítima de meningite meningocócica, em São Paulo. A informação foi confirmada pela Justiça Federal.
O governo do Paraná informou que colocou o avião do Estado à disposição da polícia para Lula se deslocar até o enterro.
De acordo com o governo, “a aeronave foi liberada a pedido da superintendência da PF (Polícia Federal) no Paraná”.
O processo da execução penal de Lula corre em sigilo desde que a defesa dele pediu para o ex-presidente ser liberado.
O pedido feito pela defesa citava o artigo 120 da Lei de Execução Penal, que diz que “os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão”.
Na petição, a defesa de Lula se compromete “a não divulgar qualquer informação relativa ao trajeto que será realizado”.
O ex-presidente está preso em uma sala especial na Polícia Federal desde 7 de abril de 2018.
Neste período, Lula recebeu a visita do neto em duas oportunidades.
Chefe da custódia levou a Lula notícia sobre a morte de seu neto
O chefe da custódia da Polícia Federal em Curitiba, Jorge Chastallo Filho, levou ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no início da tarde desta sexta-feira, a notícia sobre a morte de seu neto. Arhur Araújo Lula da Silva tinha 7 anos e morreu pouco depois do meio-dia, vítima de meningite meningocócica.
Em função de uma dedetização, o prédio da Superintendência da PF na capital paranaense está em regime de plantão, com equipe reduzida e restrição a visitas de advogados. Por isso, coube ao policial levar a notícia ao ex-presidente.
Os advogados de Lula apresentaram à Justiça Federal um pedido para que ele possa participar do velório e do enterro do neto. A lei de Execução Penal prevê a saída temporária de presos em situações como esta.
O velório e o enterro de Arthur será no Cemitério das Colinas, em São Bernardo do Campo.
Arthur era o quinto dos seis netos do ex-presidente. Ele nasceu em 2012, em São Paulo, quando Lula fazia um tratamento contra o câncer na laringe, depois de deixar a Presidência da República. Seu pai é Sandro Luis Lula da Silva, filho do meio de Lula com Marisa Letícia. Arthur nasceu poucos meses depois do casamento de Sandro com Marlene Araújo, sua mãe, quando o casal já completava 10 anos de relacionamento.
Nos últimos meses, o menino viajou algumas vezes a Curitiba, na companhia dos pais, para visitar o avô, que está preso desde abril do ano passado. De acordo com registros da PF, no ano passado ele passou uma manhã e um dia com o ex-presidente. Quando visitam Lula, parentes acessam o prédio por uma entrada lateral, mais discreta.
A morte de Arthur ocorre um mês depois do falecimento do irmão do ex-presidente, Genival Inácio da Silva, o Vavá. Na ocasião, a PF e a Justiça Federal em Curitiba negaram autorização para que Lula saísse da prisão para ir ao velório sob o argumento de falta de aeronaves e risco à segurança do ex-presidente.
A decisão chegou a ser revertida pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, mas no mesmo horário em que Vavá era enterrado em São Bernardo do Campo (SP). Por isso, não houve tempo hábil para Lula deixar a carceragem e viajar a São Paulo.