Quarta-feira, 22 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de março de 2019
O outono começou nesta quarta-feira (20) e, junto com ele, inicia também o período em que aumentam os casos de bronquiolite, um vírus sincicial respiratório (VSR) que geralmente atinge crianças com menos de 2 anos de idade. A doença consiste em um processo infeccioso nos pulmões, causando secreção e diminuindo a ação da musculatura respiratória. De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2015 o país registrou 314 mortes pela infecção com VSR, responsável por até 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias durante épocas sazonais.
Nos períodos mais frios, as suspeitas de bronquiolite costumam influenciar diretamente a procura pelos prontos-socorros. O Hospital e Maternidade Santa Helena, localizado no ABC Paulista, registra uma média de 8 mil atendimentos por mês em sua emergência. Nessa época do ano, o movimento chega a aumentar até 30%. No entanto, a pediatra Ana Carla Peron Zuccoli faz um alerta: a própria ida ao pronto-socorro pode facilitar a circulação do vírus. Em decorrência dos riscos, os médicos pedem que as mães só levem as crianças à emergência quando for necessário. Mas como saber se é o caso de levá-las ou não? “A indicação clínica é levar a criança ao hospital quando há febre por mais de 24 horas, desconforto respiratório acompanhado por cansaço e em caso de mudanças repentinas no comportamento, quando o bebê está mais quieto que o habitual (quadro conhecido como hipoatividade) ou extremamente irritado, o que pode ser em decorrência da dificuldade para respirar”, explica a médica.
Como o vírus VSR é transmitido pelo contato, a especialista indica também evitar ambientes com aglomeração de pessoas, manter a ventilação adequada e lavar as mãos com frequência ou usar álcool 70% antes de cuidar de crianças, principalmente recém-nascidos. Ela explica também que, embora seja comum confundir resfriado com bronquiolite, o resfriado é um quadro mais brando, precedido por uma febre que não é persistente, além do estado geral da criança permanecer bom.
Já nos quadros de bronquiolite, a criança não consegue expelir a secreção e possui muita dificuldade para respirar. Há aparente piora do cansaço e a pele embaixo das unhas ou nas mucosas pode apresentar coloração azul-arroxeada (sintoma conhecido como cianose). “Alguns quadros demandam, inclusive, internação em Unidade de Terapia Intensiva, para que as crianças possam receber suporte respiratório”, complementa a pediatra do Hospital e Maternidade Santa Helena.
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