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Por Redação O Sul | 2 de maio de 2019
O Brasil bateu recordes de produção, consumo e venda de etanol na safra 2018/2019, encerrada em março, mostram dados consolidados pela Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) divulgados nesta quinta-feira (2). A oferta do biocombustível foi de 33,10 bilhões de litros – 9,91 bilhões de litros de anidro e 23,18 bilhões de litros de hidratado – pouco mais de 10% a mais que o recorde anterior, de 30 bilhões de litros, da safra 2015/2016, e alta de 19% sobre os 27,8 bilhões de litros de 2017/2018.
Com os preços pouco remuneradores do açúcar, o setor deixou de produzir quase 10 milhões de toneladas e de exportar 8 milhões de toneladas do adoçante em relação ao ciclo 2017/2018. Com isso, 64,3% da cana processada foi destinada ao etanol e o volume comercializado pelas usinas e destilarias brasileiras somou 30,61 bilhões de litros, alta de 20,44% sobre o apurado em 2017/2018, de 25,42 bilhões de litros.
As vendas de etanol hidratado das unidades produtoras atingiram 21,43 bilhões de litros, alta de 39,7% quando comparadas às do ciclo agrícola anterior. A comercialização de etanol anidro, utilizado na mistura à gasolina, diminuiu 8,88%, para 9,18 bilhões de litros em 2018/2019. As vendas de etanol para o mercado industrial permaneceram estáveis entre as safras, em 920 milhões de litros.
Na safra 2018/2019, dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) compilados pela Unica indicam que o consumo de etanol hidratado foi de 20,73 bilhões de litros, 39,40% a mais sobre 2017/2018, ou 5,86 bilhões de litros adicionais consumidos no Brasil. Foram consumidos 10,1 bilhões de litros de etanol anidro, o aditivo da gasolina, totalizando 30,83 bilhões de litros de etanol. A participação do biocombustível na matriz de combustíveis leves (ciclo Otto) foi de 47,41%, o maior já observado desde a safra 2008/2009, de 46,13%.
“O uso do etanol na safra 2018/19, garantiu uma economia de US$ 5,2 bilhões ao País evitando a importação de 10,5 bilhões de litros de gasolina que seriam necessários para garantia do abastecimento interno”, informou Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica.
Antecedentes
Antes, a maior produção de álcool hidratado alcançada havia sido de 19,6 bilhões de litros, na safra 2010/2011.
O levantamento mostra que houve redução no caso do anidro, que é utilizado na mistura com a gasolina. A produção ficou em 9,56 bilhões de litros, 13,1% a menos que no período anterior.
O aumento na produção de etanol nesta safra ocorreu principalmente em função da queda de preços do açúcar no mercado internacional e a um cenário mais favorável para o etanol no mercado interno, frente à alta do dólar e do petróleo, de acordo com a Conab. A junção desses fatores fez com que as unidades de produção aumentassem a destinação de cana-de-açúcar para a produção de etanol.
Cana-de-açúcar
A safra da cana foi de 620,4 milhões de toneladas, apresentando redução de 2% em relação à anterior de 633,26 milhões de toneladas. A produção de açúcar atingiu 29,04 milhões de toneladas, um decréscimo de 23,3% ou 8,8 milhões de toneladas, se comparado à safra anterior. A área colhida ficou em 8,59 milhões de hectares, o que representa uma redução de 1,6% se comparada a 2017/2018.