Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 15 de maio de 2019
Em viagem oficial aos Estados Unidos nesta quarta-feira (15), o presidente brasileiro Jair Bolsonaro se manifestou acerca dos protestos que estão ocorrendo no país em defesa dos recursos para a educação. Segundo ele, essas manifestações são feitas por “idiotas úteis”, classificados como “militantes” e “massa de manobra”.
Quando questionado sobre o motivo desses protestos que estão acontecendo em todos os estados brasileiros e o distrito federal, o presidente afirmou que os alunos que estão nas ruas servem de instrumento político para “uma minoria espertalhona que compõe o núcleo das universidades federais”.
“É natural [que haja protesto], mas a maioria ali é militante. Se você perguntar a fórmula da água, não sabe, não sabe nada. São uns idiotas úteis que estão sendo usados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo das universidades federais no Brasil“, afirmou o presidente na porta do hotel onde está hospedado em Dallas.
Bolsonaro estava cercado de apoiadores que o ovacionavam com palavras como “mito”, enquanto concedia uma entrevista coletiva aos jornalistas presentes no local. O presidente reiterou ainda que não há cortes na educação e sim um contingenciamento obrigado pela crise econômica brasileira e afirmou que não gostaria de fazer nenhum bloqueio de verbas, em especial na educação, mas afirmou que o setor está “deixando muito a desejar” nos últimos anos.
“Na verdade não existe corte, o que houve é um problema que a gente pegou o Brasil destruído economicamente também, com baixa nas arrecadações, afetando a previsão de quem fez o orçamento e, se não tiver esse contingenciamento, simplesmente entro contra a lei de responsabilidade fiscal. Então não tem jeito, tem que contingenciar”, declarou.
Na avaliação do presidente, a alta taxa de desemprego no país —cerca de 14 milhões de desempregados— vem da baixa qualificação dos trabalhadores. Bolsonaro declarou que durante os governos do PT não havia preocupação com a educação.
Os protestos estão sendo realizados ao longo do dia em todos os estados do país em retaliação à decisão do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que reduziu em 30% o orçamento das universidades federais e bloqueou bolsas de pesquisa.