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Por Redação O Sul | 25 de maio de 2019
Fabrício Queiroz, ex-motorista e ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), pagou R$ 133,5 mil em espécie por uma cirurgia no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo.
Inicialmente, foi divulgado que Queiroz pagou R$ 64,5 mil em dinheiro para a unidade particular de saúde. Mais tarde, outra informação foi confirmada, a de que mais R$ 69 mil, também em espécie, foram pagos à equipe médica que atuou na cirurgia para a retirada de um câncer no cólon do ex-assessor do filho do presidente Jair Bolsonaro.
O advogado Paulo Klein, que defende Queiroz, confirmou as informações e disse que ele não cometeu qualquer crime. O hospital informou que não comenta os pagamentos de seus pacientes.
O pagamento ao hospital foi feito em 14 de fevereiro. Na nota fiscal eletrônica obtida pela TV Globo e pela GloboNews, o valor da despesa é de R$ 86 mil. Nela, consta um desconto de R$ 16 mil – o equivalente a 20% do custo. O total ficou em R$ 70 mil. Os outros R$ 5.420 foram quitados por meio de cartão de crédito, como disse o advogado do ex-assessor de Flávio.
O defensor afirmou ainda que o dinheiro estava guardado para quitar negócios imobiliários e que vê com naturalidade o fato de o Ministério Público investigar a origem dos recursos.
Segundo o advogado, a comprovação dos pagamentos com recursos próprios e dentro da capacidade econômica de seu cliente reforçam que Queiroz não cometeu crime.
Na nota fiscal, dá para ver que Queiroz ficou internado de 30 de dezembro de 2018 a 8 de janeiro de 2019. No final de dezembro, ele faltou a um depoimento do Ministério Público em razão de problemas de saúde. O órgão afirma que há indícios da existência de uma organização criminosa, formada por dezenas de integrantes do gabinete do ex-deputado estadual e atual senador Flávio Bolsonaro.
Os dois tiveram os sigilos bancários e fiscal quebrados com autorização da Justiça, assim como oito deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. A investigação começou depois que o Ministério Público recebeu um relatório de inteligência financeira do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
O documento revelou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz entre janeiro de 2016 e o mesmo mês do ano seguinte, incluindo depósitos e saques.