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Por Redação O Sul | 13 de junho de 2019
Os preços do petróleo fecharam em alta de 2,2% nesta quinta-feira (13), depois de ataques a dois navios-tanques no Golfo de Omã gerarem preocupações a respeito de uma redução no fluxo de petróleo em uma das principais rotas marítimas do mundo.
Os ataques, que ocorreram em área próxima ao Irã e ao Estreito de Hormuz, reacenderam as preocupações quanto a um impacto nos fluxos a partir do Oriente Médio caso as seguradoras comecem a diminuir coberturas às viagens pela região e mais empresas de navegação suspendam novos embarques, disseram analistas.
Essa situação “poderia agravar ainda mais o problema da oferta”, afirmou Andy Lipow, analista da Lipow Oil Associates.
Proprietárias de navios petroleiros, DHT Holdings e Heidmar suspenderam novas reservas na área do Golfo, segundo três corretoras do setor.
As tensões no Oriente Médio avançaram desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou o país de um pacto nuclear multinacional de 2015, assinado com o Irã, e reimpôs sanções à República Islâmica, tendo como alvo notável as exportações de petróleo de Teerã.
A alta no mercado do petróleo também foi apoiada por sinais de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) está perto de um acordo para prosseguir com seus cortes de produção.
Os contratos futuros do petróleo Brent fecharam em queda de 1,34 dólar, ou 2,23%, a 61,31 dólares por barril, tendo atingido alta máxima de 4,5%, para 62,64 dólares/barril.
Já os futuros do petróleo nos EUA avançaram 1,14 dólar, ou 2,23%, para 52,28 dólares/barril. Mais cedo, o WTI chegou a avançar 4,5%, para máxima de 53,45 dólares.
O ataque. (Foto
Dois navios-tanques foram alvo de possíveis ataques no Golfo de Omã, disseram transportadoras e fontes da indústria nesta quinta-feira, o que fez os preços do petróleo subirem até 4% um mês depois de quatro outros navios petroleiros serem danificados em incidente similar na região.
Um dos navios, o Front Altair, que transporta matéria-prima petroquímica, estava em chamas nas águas situadas entre países do Golfo Pérsico e o Irã.
A agência de notícias estatal iraniana disse que afundou, mas o proprietário norueguês informou que ainda está à tona e que a tripulação está a salvo. O outro navio está à deriva e sem tripulação.
Ancorada no Barein, a Quinta Frota da Marinha dos Estados Unidos disse estar auxiliando os navios-tanques desde que recebeu pedidos de socorro. As Operações Comerciais Marítimas do Reino Unido, parte da Marinha Real britânica, informaram estar investigando com seus parceiros.
Os detalhes completos do incidente desta quinta-feira não ficaram claros de imediato. A empresa que fretou uma das embarcações disse suspeitar que um torpedo atingiu o navio, e uma fonte disse que o outro pode ter sido danificado por uma mina magnética.
A Arábia Saudita e os EUA culparam o Irã pelos ataques, uma acusação que Teerã nega.