Sábado, 23 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 15 de junho de 2019
Nos últimos cinco anos, a top Bianca Klamt andou meio afastada do mundo da moda. Fazia uma foto ali, uma presença vip aqui, mas nada que tirasse o foco da faculdade de Arquitetura. Formada, a maranhense, de 31 anos, não sabe ainda o que fazer da vida. “Há a possibilidade de retomar a carreira de modelo e morar na Europa novamente ou posso ficar em São Paulo, onde vivo atualmente, e concentrar minhas energias nessa nova profissão. Mas uma coisa é certa: não vou abrir meu escritório agora. Preciso rodar, ter mais experiência”, diz a modelo.
Filha de um arquiteto com uma designer de interiores, Bianca está trabalhando com os pais nesse início de caminhada — tudo remotamente, já que eles moram em São Luís, apesar de serem gaúchos. “Desde nova frequento feiras de design na Europa. Sempre fui muito interessada em arte e museus, de uma forma geral.” A modelo conta que a universidade surgiu como opção em sua vida quando começou a perceber que as regras do jogo estavam mudando. “De repente, passamos a ser dispensadas pelo mercado fashion sem grandes cerimônias. Fui estudar para não ser descartada. E isso tem muito a ver com o mercado de celebridades. Elas passaram a figurar em campanhas e capas de revistas. Todo mundo fica alongada e magra com a mágica do Photoshop.”
Na década passada, Bianca chegou a ser chamada de “estrela da alta-costura” pela imprensa especializada. “Mas deixei de participar de desfiles para fotografar para marcas comerciais. Preferi fazer meu pezinho de meia, né? E não tenho mais vontade de estar em semana de moda. Não gosto do clima e da energia dos bastidores. Não me sinto confortável nesse ambiente. É muito pesado.” Bianca reconhece que Gisele Bündchen abriu portas para toda uma geração de brasileiras no exterior. “Sem ela, não teríamos ido tão longe. Gisele foi pioneira, representante máxima da era de ouro da beleza latina.”
Jantar com DiCaprio
Mesmo longe, Bianca acompanhou as movimentações da indústria. Não vê com bons olhos a ascensão das instamodels — as meninas que somam milhões de seguidores nas redes sociais — e acha “incrível” a presença das supermodelos nas apresentações da Versace e da Dolce & Gabbana. “O que realmente está faltando é elegância. As garotas não sabem lidar com um salto alto. Nos meus tempos de new face, tínhamos que ficar caminhando pela agência com sapatos dramáticos. O andar era levado a sério. Hoje, parece que deixou de ser importante. Qualquer pessoa com representatividade no Instagram, é manequim.”
De acordo com Bianca, até a forma de expor os relacionamentos amorosos mudou. “Todas as meninas da minha geração tinham um casinho ou um flerte com algum astro de Hollywood. A gente, no entanto, não exibia. Nós escondíamos da imprensa. Agora, fazem questão de publicar a foto.” A maranhense, aliás, chegou a sair com o ator Leonardo DiCaprio . “Ele me convidou para jantar, mas acabou não rolando nada sério, nem dormimos juntos. Não ficaria com um homem ‘galinha’. Não gosto desse tipo. Leonardo dava em cima de todas as modelos. Falei para ele que seríamos só amigos. Cheguei a receber flores dele depois desse primeiro encontro.” E ela acrescenta: “Nunca namorei um modelo. Não é legal chegar em casa e continuar falando de desfile e dieta, concorda?”
Além da arquitetura, Bianca dedica seu tempo a preservação das praias. “Quero fazer algo pelo meio ambiente. É absurda a quantidade de plástico que jogamos no oceano e muito desse material nós ingerimos depois ao comer o peixe. É uma questão urgente.”